O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR) demonstrou tranquilidade sobre a votação do projeto que faz alterações no Imposto de Renda (IR). A proposta faz parte da reforma tributária encaminhada pelo governo federal ao Congresso, mas ainda está longe de um consenso entre os parlamentares. Mesmo assim, deverá ser analisada em plenário ainda hoje. Barros concedeu entrevista ao Gaúcha Atualidade, na Rádio Gaúcha, na manhã desta terça-feira (17)
— Todos os deputados aqui na Casa sabem das suas obrigações e compromissos que fizeram. Eu tenho confiança que a base do governo vai acompanhar a aprovação do projeto e eventualmente um ou outro destaque possa ser aprovado ou negociado no plenário. o governo tem maioria para aprová-lo — garante.
Barros acredita que a proposta original será mantida. Entretanto, considera inevitável algumas mudanças.
— Aqui na Câmara e no Senado, tem margem pra tudo. Os projetos vão sofrer emendas, destaques e vão para votação. Mas este relatório do deputado Celso Sabino está bem alinhado, com novas concessões.
O líder governista mantém a aposta na aprovação do projeto por acreditar que ele busca equilibrar a tributação e diminuir a carga sobre os mais pobres, além de incentivar que os recursos fiquem na empresa, invés de ficar na pessoa física, por causa da cobrança de dividendos.
— Este projeto procura praticar uma justiça tributária mais adequada, distribuindo a carga de forma mais justa na sociedade brasileira — destaca.
Sem irregularidades
Barros, que sofreu um revés após sua participação como convidado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, na última quinta-feira (12), com bate-boca entre colegas parlamentares, voltará a depor como convocado. Pelo menos foi a promessa do presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM). À Rádio Gaúcha, o deputado voltou a negar sua participação na tentativa de compra da Covaxin e a ocorrência de irregularidades no processo.
— Eu não participei desta compra da Covaxin em nenhum momento. Este é o ponto principal. Até agora a CPI não encontrou nenhuma irregularidade no processo. O TCU já fez a verificação, o preço é tabelado internacionalmente, não tem superfaturamento, e o processo caminhou dentro da normalidade no Ministério.
O líder do governo ainda se defendeu das dúvidas que recaem sobre os representantes de laboratórios que procuraram o Ministério da Saúde para comercializar vacinas ao Brasil.
— A lei (federal) 8.666, artigo 32, diz que toda empresa estrangeira que queira fazer negócios com o governo brasileiro tem que nomear um representante local para responder administrativamente e legalmente por seus atos. E todas as pessoas que se apresentaram como vendedoras de vacina e foram encaminhadas ao Ministério, o Ministério verificava se eram representantes legais. O Brasil precisava de vacinas e não teria nenhum cabimento deixar de ouvir uma proposta — conclui.