O novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli da Silva, falou nesta sexta-feira (26), em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, sobre os seus desafios à frente da pasta. O principal deles, afirmou, é "transformar a educação brasileira em um mecanismo de diálogo".
— A educação transforma sonhos em realidade. Todos que estudam têm expectativa de uma vida melhor — declarou.
Decotelli foi anunciado na quinta-feira (25) pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele sucederá Abraham Weintraub, que, depois de 14 meses como titular da pasta, deixou o cargo na semana passada e deve assumir posto de diretor no Banco Mundial, nos Estados Unidos.
— Ele (Bolsonaro) pediu para arregaçar as mangas e priorizar gestão e diálogo — contou Decotelli.
Questionado sobre como será sua relação com os reitores das universidades federais, foco de tensão durante a gestão de Weintraub, o novo ministro reforçou a necessidade de diálogo.
— Diálogo, gestão, integração e visita. Eu quero visitar as universidades e conversar, ponderar, criar (...) Conte comigo para dialogar, buscar o contraditório. Eu sou do ambiente de pesquisa, educação e ambiente acadêmico. Sala de aula é minha forma de ser, é minha forma de convicção pessoal. Eu irei às universidades, elas virão até mim. Vamos buscar resultados quantificáveis — disse.
Decotelli também foi perguntado sobre o papel da chamada "ala ideológica" do governo sobre a gestão do Ministério da Educação (MEC). O novo ministro, contudo, reforçou seu perfil técnico e sua carreira acadêmica.
— Eu sou da ala técnica, acadêmica. Eu não tenho preparo para fazer idiossincrasias ideológicas. (...) Eu sou gestor. Enquanto eu estiver na estrutura operacional, esse é o meu projeto. Eu não tenho condições de fazer além disso.
Ouça a entrevista completa:
Quem é o novo ministro
Decotelli é oficial da reserva da Marinha e atuou como professor e coordenador na Escola de Guerra Naval (EGN), no Centro de Jogos de Guerra. Ele atuou durante toda a transição de governo do presidente Bolsonaro junto à equipe do Ministério da Educação (MEC), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
Nesse período, estudou ideias e estratégias a serem implementadas na condução do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), maior autarquia para a gestão financeira da educação do Brasil, que ele assumiu em fevereiro de 2019 e deixou em agosto, sendo substituído por Rodrigo Sérgio Dias. Após esse período, trabalhou na Secretaria de Modalidades Especializadas do Ministério da Educação.
Terceiro ministro da Educação no governo Bolsonaro, Decotelli é economista, autor de livros e professor. Realizou pós-doutorado na Bergische Universitãt Wuppertal, na Alemanha, é doutor em administração financeira pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, mestre em administração pela Fundação Getúlio Vargas, MBA em administração também pela FGV e bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).