Quatro ex-diretores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram indiciados no inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga operações para dificultar e impedir o deslocamento de eleitores aos seus locais de votação durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Blitze de trânsito teriam como alvo apoiadores do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato na época.
Entre os indiciados está Luis Carlos Reischak Junior, ex-diretor de inteligência e ex-superintendente da PRF no Rio Grande do Sul.
Outros três oficiais da corporação também foram indiciados:
- Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-diretor de inteligência substituto
- Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de operações
- Adiel Pereira Alcantara, ex-coordenador de análise de inteligência da PRF
Ex-coordenador-geral de inteligência e contrainteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bruno Nonato dos Santos Pereira também foi indiciado. Eles são suspeitos de quatro crimes pela PF:
- desobediência
- prevaricação (quando um agente público desrespeita a lei ao agir ou se omitir)
- restrição ao exercício do direito do voto
- participação (por omissão) no crime de tentativa de abolição do Estado democrático de direito
A decisão de efetivar as denúncias cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Relembre o caso
Do primeiro para o segundo turno das eleições de 2022, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) multiplicou por até nove o número de ônibus fiscalizados em Estados do Nordeste, região onde o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve maior votação.
Além disso, o aumento no controle de coletivos durante o pleito chegou ao triplo do que o registrado nacionalmente, segundo dados sigilosos do órgão obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O diretor-geral da PRF era Silvinei Vasques, nomeado em abril de 2021. Ele é investigado criminalmente pela atuação nas eleições e pela demora em agir contra bloqueios bolsonaristas nas estradas após a vitória de Lula na disputa presidencial.
Contraponto
A reportagem busca contato com a defesa dos citados. O espaço está aberto para manifestações.