Pasta:
A negociação para a montagem do ministério de Michel Temer, uma briga de foice que domina os bastidores da política nacional ao longo das últimas semanas, mostrou antes mesmo de o novo governo começar que ele terá tremenda dificuldade para libertar-se dos vícios que marcaram o antigo.
Como nos tempos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, o que se observou foi o tradicional loteamento de cargos e verbas em troca de apoio parlamentar. E não se pode nem dizer que a chegada de Temer significará, ao menos, a ascensão de caras novas. Boa parte dos nomes cotados para assumir ministérios são velhos habitués da Esplanada, alguns do tempo de Fernando Henrique Cardoso, outros da era Lula, e alguns com a cadeira ainda quente do ministério de Dilma.
Leias mais:
Como está o clima na Casa Civil, o símbolo do governo
Como Temer se prepara para a votação do impeachment
Quem é Michel Temer: o vice que está subindo a rampa para o poder
O plano de colocar à frente das pastas figuras ilibadas, de grande saber e respeitabilidade, acima das picuinhas partidárias, também parece ter sido esquecido em alguma gaveta do Palácio do Jaburu. Em lugar dos "notáveis" prometidos por Temer semanas atrás, o que se desenha pela frente é um ministério de "notórios".
Entre os auxiliares mais próximos do novo presidente deverão estar políticos arrolados na Operação Lava-Jato – como Romero Jucá (PMDB-RR) ou Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) – ou com suspeita de envolvimento em outras maracutaias.
Uma questão que também está em aberto é se o novo presidente da República concretizará a proposta de enxugar a quantidade de ministros, como se havia anunciado, desanunciado e anunciado de novo. São tantos partidos e setores a contemplar com uma cadeira e um orçamento que deixar todo mundo feliz é proeza digna de um Nobel da engenharia política.
O ministério "enxuto" e de "notáveis" começou a perigar na semana passada, quando Temer fez a soma das demandas feitas pelos diferentes partidos interessados em entrar para o governo. Não é pouca gente. Além das legendas que amargaram anos de exílio do poder federal, na condição de oposição ao PT (nomeadamente o PSDB, o DEM e o PPS), embarcaram na nau de Temer quase todas as agremiações que estavam dependuradas nos governos petistas. Os primeiros acreditavam merecer as fatias mais generosas do bolo ministerial, os outros não admitiam perder o que já desfrutavam sob o manto de Dilma. De fora da festa, apenas o PT, o PDT e o PC do B.
Acomodar tanta gente e tantos interesses nos 20 ministérios inicialmente propostos por Temer (12 a menos do que os de Dilma) seria como fazer caber o Palácio do Planalto dentro de uma caixa de fósforos. Só o PMDB (68 deputados federais) reivindicava algo em torno de uma dezena de pastas. O PSDB (51 parlamentares) lutava por pelo menos mais cinco. Para o PP (47 deputados), foram prometidos dois ministérios. E ainda restava acomodar PR, PSD, PRB, Solidariedade, PPS, PV, PSB, DEM e PTN.
No final da semana passada, Temer encontrava-se com dificuldades para contentar até mesmo a bancada na Câmara do seu partido, o PMDB. Para driblar o obstáculo, os peemedebistas propuseram o modelo Dilma de loteamento de ministérios: os partidos aliados indicariam o titular dos ministérios, mas o segundo e o terceiro escalão, repletos de cargos suculentos, seriam selecionados pelo partido do presidente.
Vendo diante de si um curto cobertor ministerial a ser puxado para todos os lados pela sanha partidária, a equipe de Temer começou a trabalhar com a hipótese de manter 30 ministérios. A reação da sociedade foi tão ruim, depois da promessa de 20 pastas, que na segunda-feira houve um recuo.
– Vamos formar um governo com 23 ministérios – anunciou o braço direito de Temer, Eliseu Padilha.
Horas depois, veio a informação de que Temer havia decidido fechar a conta final em 22. Mas também há quem especule que, no final, chegue-se a um número intermediário entre a ideia inicial (20) e o atual modelo de Dilma (32) – algo na faixa das 25 pastas. Para diminuir o tamanho do seu ministério, Temer teria limitado sua cota pessoal ao nome para a Fazenda, Henrique Meirelles. Ele entende que resolver o nó da economia será a tarefa mais importante diante de si.
Outra estratégia adotada teria sido a fusão de algumas pastas – a Cultura teria ido para dentro da Educação, as Comunicações para a Ciência e Tecnologia, o Desenvolvimento Agrário para o Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos para o Ministério da Justiça, e Portos e Aviação Civil para os Transportes. Mas com um detalhe: cada uma dessas pastas absorvidas funcionaria como uma secretaria autônoma – o que permitiria contemplar mais de um partido em cada ministério.
Temer também teria decidido rebaixar o status de algumas estruturas com status ministerial – caso do Banco Central, da Advocacia Geral da União, da Secretaria de Comunicação e do Gabinete da Presidência. Feitos esses ajustes, já teria negociado e definido até ontem, quando o Senado atravessava a longa sessão do impeachment, algo em torno de 15 ministros. Conheça o perfil dos mais cotados nas páginas a seguir.
PROVÁVEIS MINISTROS
Eliseu Padilha (PMDB)
Pasta: Casa Civil
Experiência ministerial: Transportes, no governo Fernando Henrique Cardoso, e Aviação Civil, no governo Dilma Rousseff
Por que seria chamado: É um aliado de Temer desde os anos 1990 e, no período pré-impeachment, atuou como braço direito do novo presidente, comandando sua articulação política
Quem é: Se o PMDB é o partido que sempre está no poder, não importa quem vença as eleições, Eliseu Padilha tem sido um artífice e um beneficiário dessa característica. Na era tucana, comandou o poderoso Ministério dos Transportes. No período petista, foi chamado por Dilma para a Aviação Civil (que recusou-se a deixar quando a presidente pediu que assumisse a articulação política do governo). Pediu demissão um dia antes de Eduardo Cunha acatar o pedido de impeachment de Dilma. Desde então o ex-prefeito de Tramandaí e deputado federal, conhecido por ser um perito no mundo nebuloso dos cargos federais, passou a construir o que então ainda era uma miragem: o governo Temer.
Geddel Vieira Lima (PMDB)
Pasta: Secretaria de governo
Experiência ministerial: Ministro da Integração Nacional durante o governo Lula
Por que seria chamado: É figura próxima de Temer há duas décadas e entra na cota pessoal do ex-presidente, como figura de confiança
Quem é: O baiano tem reputação de ser um articulador hábil, com trânsito excelente no Congresso, o que ajudou Temer a obter votos pelo impeachment e gera expectativa de seja útil para garantir uma base sólida de apoio ao novo governo. Deputado federal por cinco mandatos consecutivos, fracassou na tentativa de eleger-se governador da Bahia, mas foi brindado com um ministério pelo presidente Lula. À frente da Integração Nacional, foi acusado pelo Tribunal de Contas da União de ter beneficiado seu Estado com repasses desproporcionais de verbas. Está citado na Lava Jato sob suspeita de negociar propina com a OAS.
Henrique Meirelles (ligado ao PSD)
Pasta: Fazenda, a qual estaria incorporada a Previdência
Experiência ministerial: não foi ministro, mas presidiu o Banco Central durante os dois mandatos de Lula
Por que seria chamado: É um nome que agrada muito ao mercado financeiro, o daria credibilidade ao governo no conturbado setor econômico
Quem é: Oriundo de Goiás, teve um exitosa carreira internacional no sistema financeiro, chegando ao comando do BankBoston. Quando se aposentou, em 2002, voltou ao Brasil e elegeu-se deputado federal pelo PSDB. No ano seguintes, foi pinçado por Lula para assumir o Banco Central justamente por esse passado – uma forma de tranquilizar os mercados e o empresariado, nervosos com a chegada da esquerda ao poder. No ano passado, já houve rumores de que estaria cotado para assumir a Fazenda sob o governo Dilma. Atua na J&F, um dos maiores grupos empresarias do país.
Romero Jucá (PMDB)
Pasta: Planejamento
Experiência ministerial: Previdência Social, no governo Lula
Por que seria chamado: É o substituto do Temer no comando do PMDB, tendo se aproximado muito do ex-presidente nos últimos tempos. Tem importante ascendência sobre o partido.
Quem é: Pernambucano, com mandato de senador por Roraima, tem uma extensa ficha política: começou no PMDB, passou por PDS, PPR e PSDB, e acabou de volta ao PMDB. Orbita o poder federal há 30 anos, tendo ocupado nos anos 1980 cargos como a presidência na Funai e da Fundação Projeto Rondon. No governo José Sarney, foi nomeado governador do então território de Roraima. Também ocupou cargos no governo Collor e foi líder dos governos Fernando Henrique, Lula e Dilma no Congresso. Seu nome foi envolvido nas investigações da Operação Lava-Jata e da Operação Zelotes.
Alexandre de Moraes (ligado ao PSDB)
Pasta: Justiça e Cidadania
Experiência ministerial: não tem
Por que seria chamado: Com a recusa dos convites feitos aos ex-ministros do STF Ayres Brito e Carlos Velloso e a declarações desastrosas de outro preferido, Mariz de Oliveira, o nome de Moraes, que era cotado para a AGU, ficou em evidência. Seria o representante da ala do PSDB ligada a Geraldo Alckmin.
Quem é: É um advogado, professor e consultor jurídico de peso, com carreira de destaque no Ministério Público de São Paulo, tendo chegado ao posto de Procurador-geral de Justiça. Autor de inúmeras obras sobre Direito Constitucional, é visto como alguém que teria estatura para fazer a interlocução com o Supremo. Sua escolha seria também uma forma de contemplar o PSDB no governo. Moraes ocupa hoje a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Tem contra si acusações de manipular estatísticas de violência e críticas pelo que se entende como a truculência da polícia paulista. Foi advogado de Eduardo Cunha.
Gilberto Kassab (PSD)
Pasta: Comunicações, Ciência e Tecnologia
Experiência ministerial: até o mês passado, era o ministro das Cidades de Dilma
Por que seria chamado: Entra no governo em troca do apoio do PSD, partido que criou e que disse não ser de "esquerda, direita ou centro"
Quem é: Até então figura de modesta projeção, ganhou notoriedade ao assumir a prefeitura de São Paulo quando o titular, José Serra, renunciou para concorrer ao governo do Estado, em 2006. Depois, reelegeu-se nas urnas para o mesmo cargo. Sua carreira política é marcada pelos saltos de um partido a outro, até criar a sua própria legenda em 2011, que serviu de trampolim para a negociação de cargos no governo federal. Na gestão Temer, a reivindicação do PSD era que Kassab continuasse a controlar o Ministério das Cidades. O desagrado com a oferta das Comunicações teria levado o novo presidente a oferecer também a Ciência e Tecnologia, criando uma superpasta.
José Serra (PSDB)
Pasta: Relações Exteriores
Experiência ministerial: Foi ministro da Saúde e do Planejamento no governo Fernando Henrique Cardoso
Por que seria chamado: Depois de ter articulado o apoio do empresariado a um mandato de Temer, Serra ambicionava assumir a Fazenda. Para contentá-lo, o novo presidente teria oferecido um ministério das Relações Exteriores encorpado, com ingerência no Comércio Exterior e papel relevante na economia
Quem é: Cacique do PSDB e uma das principais figuras da política brasileira, Serra não conseguiu realizar seu grande sonho: chegar à presidência. Foi derrotado por Lula em 2002 e por Dilma em 2010. Começou militando na esquerda e fazendo política estudantil, o que resultou em exílio quando os militares tomaram o poder, em 1964. Retornou com a lei da anistia, em 1979, para atuar no PMDB. Depois, tornou-se um dos fundadores do PSDB, partido pelo qual elegeu-se prefeito e governador de São Paulo. O nome foi associado ao escândalo das licitações no transporte público paulista, o chamado Trensalão Tucano.
Leonardo Picciani (PMDB)
Pasta: Esporte
Experiência ministerial: não tem
Por que seria chamado: Temer teria decidido dar a pasta do Esporte ao PMDB do Rio de Janeiro, em negociação com Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa fluminense e pai de Leonardo Picciani. O PRB também está na disputa pela pasta.
Quem é: Apesar de ter apenas 36 anos, está no quarto mandato como deputado federal. Ocupa o posto de líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados. Nos últimos tempos, foi um dos principais defensores do apoio a Dilma Rousseff dentro de seu partido. Quando a votação do impeachment chegou ao Congresso, orientou os correligionários a se posicionar a favor da abertura do processo, mas pessoalmente votou contra, em uma tentativa de manter-se ao mesmo tempo fiel ao partido e à presidente. Por causa da ascendência sobre os peemedebistas, sua presença no ministério significaria um reforço no apoio parlamentar do governo Temer.
Blairo Maggi (PR)
Pasta: Agricultura
Experiência ministerial: não tem
Por que seria chamado: Entraria no ministério pela cota do PP, ainda que outros partidos também disputem a vaga. O próprio Maggi revelou ter aceito o convite para o posto, feito pelo senador Ciro Nogueira, presidente do PP
Quem é: Senador pelo Mato Grosso, Maggi ganhou o apelido de Rei da Soja, devido ao império de sua família no setor do agronegócio. Em contrapartida, é considerado pelos ambientalistas como um dos maiores promotores da destruição da Floresta Amazônia, tendo recebido da ONG Greenpeace o nada prestigioso prêmio Motosserra de Ouro, pelo seu papel de destaque na área do desmatamento. Foi governador do Mato Grosso por dois mandatos, tem o apoio da bancada ruralista e é um dos políticos mais ricos do país. Para assumir, Maggi teria de migrar para o PP, de forma a atender à divisão partidária estabelecida para os ministérios.
Moreira Franco (PMDB)
Pasta: Coordenação de Infraestrutura
Experiência ministerial: Assuntos Estratégicos e Aviação Civil, no governo Dilma
Por que seria chamado: É unha e carne com Temer há 30 anos e esteve ao lado do novo presidente em toda a articulação que culminou no impeachment
Quem é: O principal cargo ocupado por Moreira Franco em sua longa carreira política foi o de governador do Rio Janeiro, entre 1987 e 1991. Ele sucedeu Leonel Brizola, derrotando Darcy Ribeiro. Na ocasião, por causa dos perenes cabelos brancos, ganhou do líder trabalhista gaúcho um apelido que o acompanha até hoje: gato angorá. Brizola explicava que a característica do angorá é passar de um colo para outro – e Moreira Franco esteve no colo de Fernando Henrique, de Lula e de Dilma, mostrando uma bem peemedebista propensão a apoiar quem quer que esteja no poder. No governo do amigo Temer, deverá ter como principal missão a privatização de empresas públicas.
Ricardo Barros (PP)
Pasta: Saúde
Experiência ministerial: Não tem
Por que seria chamado: na divisão territorial do ministério, o PP fincou pé em ficar com a Saúde, indicando seu vice-presidente para o posto
Quem é: Deputado federal, Barros é engenheiro civil. Pode-se dizer que mantém laços familiares com o poder: a mulher é vice-governadora do Paraná e o irmão é prefeito de Maringá, posição que também já foi ocupada por seu pai. Em seu Estado, foi secretário de Indústria e Comércio e Assuntos do Mercosul. Inicialmente, Temer queria na Saúde um "notável", tendo se inclinado para o nome do cirurgião Raul Cutait, mas teria sido forçado, na pessoa de Barros, a render-se a lógica do troca-troca político-partidário.
Osmar Terra (PMDB)
Pasta: Desenvolvimento Social
Experiência ministerial: não tem
Por que seria chamado: É próximo ao grupo de peemedebistas que está mais ligado a Temer e foi indicado para o ministério pela bancada do PMDB na Câmara
Quem é: O médico gaúcho, que foi prefeito de Santa Rosa, fez uma carreira política bastante identificada com a saúde, tendo assumido a Secretaria Estadual da Saúde em diferentes ocasiões. Tem se envolvido em polêmicas pela sua posição totalmente contrária à descriminalização das drogas. No Desenvolvimento Social, teria sob sua responsabilidade o Bolsa-Família. Respondendo a uma afirmação de Dilma de o programa sofreria cortes sobre Temer, Terra afirmou que o Bolsa-Família será mantido e aprimorado.
Maurício Quintella Lessa (PR)
Pasta: Transportes, Portos e Aviação Civil
Experiência ministerial: não tem
Por que seria chamado: Temer teria negociado entregar ao PR, com "porteira fechada", a cobiçada e delicada pasta dos Transportes. Para a vaga, o partido forneceu o nome de seu ex-líder na Câmara
Quem é: Deputado federal por Alagoas, Quintella estava na base de apoio ao governo no Dilma. Às vésperas da votação do impeachment, renunciou à liderança do PR para bandear-se para os lados de Temer e votar pela queda da presidente. Em 2014, ele foi condenado por ter participado, quando era secretário de Educação de Alagoas, de um esquema de desvio do dinheiro destinado à merenda escolar. A Justiça determinação que os envolvidos devolvessem R$ 133 milhões. Quintella foi multado em R$ 4,2 milhões.
Mendonça Filho (DEM)
Experiência ministerial: não tem
Por que foi chamado: Na negociação feita com Temer para apoiar o novo governo, o DEM conseguiu abocanhar a Educação. Teria selecionado Mendonça Filho por ele ter tocado projetos na área em Pernambuco
Quem é: Deputado federal por Pernambuco, chegou a Brasília depois de ser vice-governador e também governador de seu Estado, depois que o titular, Jarbas Vasconcelos, renunciou. Candidato à reeleição, no pleito de 2006, acabou derrotado. Depois, ainda lançou-se duas vezes à prefeitura de Recife, mas não conseguiu se eleger. Na Câmara, coordenou o Comitê Pró-Impeachment e foi um dos principais angariadores de votos para derrubar Dilma.
Bruno Araújo (PSDB)
Pasta: Cidades
Experiência ministerial: não tem
Por que foi chamado: os caciques do PSDB, com Aécio Neves à frente, reivindicaram de Temer a pasta das Cidades. Araújo credenciou-se por ter sido líder da oposição na Câmara.
Quem é: No dia 17 de abril, depois de oito horas de sessão, coube a Bruno Araújo dar o voto decisivo para a aceitação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, o de número 342.
– Quanta honra o destino me reservou de poder, da minha voz, sair o grito de esperança de milhões de brasileiros. Pernambuco nunca faltou ao Brasil. Por isso digo ao Brasil sim para o futuro – afirmou o parlamentar.
O futuro acabou agradecendo na forma de um ministério.
Sarney Filho (PV)
Pasta: Meio Ambiente
Experiência ministerial: Ambiente, no governo Fernando Henrique Cardoso
Por que foi chamado: O pouco ambicionado Meio Ambiente foi a fatia do governo reservada por Temer ao Partido Verde, que Sarney Filho lidera na Câmara. O pai do novo ministro, José Sarney, teria condicionado seu apoio ao impeachment à indicação de um de seus filhos para algum ministério
Quem é: Filho do ex-presidente José Sarney e irmão da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, começou sua carreira na Arena, o partido de sustentação da ditadura implantada em 1964, e depois passou temporadas em outros dois partidos conservadores, o PDS e o PFL. Com a escolha de Sarney Filho, o nome de Roseana foi riscado da lista de ministeriáveis.
Henrique Eduardo Alves (PMDB)
Pasta: Turismo
Experiência ministerial: Turismo, no governo Dilma
Por que seria chamado: Do núcleo de políticos próximos a Temer, Alves é o mais íntimo – a ponto de passaram férias juntos. Entraria na cota de ministérios destinada ao PMDB.
Quem é: Se as especulações se confirmarem, Alves pode ficar na curiosa condição de ter renunciado ao Ministério do Turismo do governo Dilma Rousseff dias antes da aprovação do processo de impeachment apenas para, semanas depois, retomar a cadeira no governo Temer. Potiguar, ele acumula 11 mandatos na Câmara dos Deputados, que chegou a presidir – mas não conseguiu eleger-se governador em seu Estado. Alvo de investigações na Operação Lava Jato, viu a Polícia Federal cumprir mandado de busca em um apartamento seu.
Marcos Pereira (PRB)
Pasta: Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Experiência ministerial: não tem
Por que seria chamado: Além de presidir o PRB, um dos partidos da base de apoio a Temer, representa a influente bancada evangélica
Quem é: Bispo licenciado da Igreja Universal, Marcos Pereira estava cotado para assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia, mas a divulgação da informação provocou revolta na intelectualidade e no meio científico brasileiros. Na noite desta quarta-feira, Temer teria confirmado o remanejamento de Pereira para o Desenvolvimento.
OUTROS COTADOS
Raul Jungmann
Pasta: Defesa
Experiência ministerial: Política Fundiária e Desenvolvimento Agrário (1999-2002), nos governo FHC.
Quem é: deputado federal (PPS-PE)
Fernando Coelho Filho
Pasta: Integração Nacional
Experiência ministerial: não tem
Quem é: deputado federal (PSB-PE)
Tasso Jereissati
Pasta: Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Experiência ministerial: não tem
Quem é: senador (PSDB-CE)
Ronaldo Nogueira
Pasta: Trabalho
Experiência ministerial: não tem
Quem é: deputado federal (PTB-RS)
Marcio Elias Rosa
Pasta: Controladoria-Geral da União
Experiência ministerial: não tem
Quem é: ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo
*Zero Hora