
Apesar de ser natural de Farroupilha, o governador eleito do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), é radicado em Caxias do Sul, onde chegou ainda na juventude e fez toda a carreira política, consolidada pelas duas vezes como prefeito.
Sartori é o quarto governador caxiense no Palácio Piratini, onde passará a exercer funções a partir de 1º de janeiro de 2015. O peemedebista é formado em filosofia pela Universidade de Caxias do Sul, foi eleito vereador de Caxias do Sul 1976. Em 1982, chegou à Assembleia Legislativa, para onde foi reeleito por quatro mandatos consecutivos.
Em 2002, conquistou uma vaga de deputado federal, mas, em 2004, foi eleito prefeito de Caxias do Sul e reeleito em 2008 para o mesmo cargo. Confira abaixo quem foram os outros governadores caxienses.
Euclides Triches
O primeiro caxiense a chegar ao Palácio Piratini foi Euclides Triches (ao centro, na foto), da Arena, entre 15 de março de 1971 e 15 de março de 1975. Indicado pelo presidente Emílio Médici, foi escolhido governador com respaldo parcial da Assembleia Legislativa. Antes disso, Triches já havia sido prefeito de Caxias do Sul, entre 1951 e 1954.
Victor José Faccioni, ex-vereador, deputado estadual e federal, secretário de Estado e presidente do Tribunal de Contas do Estado, foi chefe da Casa Civil no governo Triches. Ele descreve Triches como um homem modesto, culto como poucos e de alto espírito público.
Para Caxias, doou a área onde está instalada a Universidade de Caxias do Sul (UCS) e os Pavilhões da Festa da Uva, viabilizando a instalação da prefeitura no local atual. Desde 1996, a área que abriga os poderes Executivo e Legislativo levam o seu nome. Amante da cultura, levou de Caxias a ideia de construir o Galpão Crioulo do Piratini, inspirado no CTG Rincão da Lealdade. A sugestão partiu de Faccioni.
Triches empresta o nome para a Rota do Sol, rodovia que iniciou ao assinar a ordem para os estudos de implantação.
Pedro Simon
Pedro Simon (PMDB) também começou a trajetória política em Caxias do Sul, terra natal, em 1959, com um posto na Câmara de Vereadores. Quatro mandatos de deputado estadual mais tarde, conquistou o governo do Estado, que assumiu em 15 de março de 1987.
Antes disso, Simon (E) havia sido derrotado em 1982 em um pleito colocado em xeque por suspeitas de fraude.
No governo, após obter 2.009.381 votos, fez uma gestão austera e controvertida. No Piratini entre 1987 e 1990, depois de um período como ministro da Agricultura, Simon enfrentou longas greves do funcionalismo, principalmente do magistério, que durou 90 dias, conflitos com os sem-terra, motins em presídios e uma grave crise nas finanças públicas. Também marcaram o governo a consolidação do Polo Petroquímico de Triunfo, a criação da Casa de Cultura Mário Quintana e a construção da Estrada do Mar e do trecho da Rota do Sol entre Caxias e Lajeado Grande.
Se desincompatibilizou do cargo em 2 de abril de 1990 para disputar uma vaga no Senado, conquistada nas urnas.
Germano Rigotto
O terceiro governador natural de Caxias do Sul foi Germano Rigotto (PMDB), que comandou o Executivo estadual entre janeiro de 2003 e dezembro de 2006. O início da vida pública foi em 1976, como vereador em Caxias. Também foi deputado estadual por duas vezes e deputado federal por três.
A chegada ao Piratini veio após uma eleição em que Rigotto não era favorito, muito parecido com o que aconteceu com Sartori. Em um duelo entre Tarso Genro (PT) e Antonio Britto (PPS), o peemedebista correu por fora, após aparecer nas primeiras pesquisas com 3%. Na gestão, Rigotto teve a atuação questionada por medidas controversas, como a alta do ICMS de bebidas, combustíveis e energia. Mas comemorou bons índices de desenvolvimento humano e deixou legados na área de infraestrutura. A motivação para isso veio do vínculo que manteve com Caxias.
- A minha cidade nunca deixou de ser Caxias. Não foi uma decisão minha, foi da minha família, que não queria sair da cidade - conta Rigotto (C).
Em sua gestão, concluiu as partes mais complexas da Rota do Sol, na Serra do Pinto, com túneis e viadutos.