A chuva intermitente das últimas horas fez o nível do Rio Taquri, em Santa Tereza, subir consideravelmente nesta terça-feira (30). A vazão, no entanto, ainda não extrapola os 15 metros considerados como cota de inundação. Mas como a previsão segue sendo de chuva para os próximos dias, os moradores mais próximos ao leito do rio já retiraram pertences com o auxílio de caminhões da prefeitura. É o caso da família Cetolin, que, depois de ter a casa invadida pela água na cheia de setembro do ano passado, iria se mudar em definitivo neste próximo final de semana. Fátima Cetolin, 43 anos, agora tem duas casas a salvar, a de sua propriedade e a que estava alugada e abrigando a família desde setembro.
— Estamos tirando o que está solto, o que tem de material que não concluímos na reforma ainda. E já vamos lá na outra casa para retirar todos os outros móveis também. Antes que o rio suba mais é melhor tirar tudo. Aqui a gente fica ilhado, a rua fecha e não passa mais ninguém — diz.
Mais cedo, a ponte que fazia a ligação de Santa Tereza com a Linha José Júlio não resistiu à força da água do Arroio Barra Mansa que deságua no Taquari. Morador das proximidades, Adriano Stringhini, 50, presta assessoria para uma empresa de transportes da região e lamentou que, mais uma vez, o município passe por problemas de logística.
— Agora nos resta a RS-444 pra ir a Bento Gonçalves ou pelo outro lado, que também é interior e também tem uma ponte que causa apreensão a cada chuva — lamenta.
As aulas da rede municipal e estadual foram canceladas em Santa Tereza. Na Linha José Júlio, a agricultora Daiane Lava soube no início da manhã, pela professora da filha de oito anos, que não haveria aula nesta terça-feira:
— Estamos ilhados novamente. Por enquanto, o medo não é o rio, mas que está chovendo muito, tem muita água vindo de tudo que é lado. Já desceu barreira, estamos sem luz e sem internet.