As obras no Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, em Caxias do Sul, terão uma nova adequação de projeto. O motivo é a provável perda de quase R$ 30 milhões de um empréstimo com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). O recurso está reservado até 28 de fevereiro e, embora o Governo do Estado trabalhe para prorrogar o prazo, o próprio secretário da Educação, Faisal Karam, avalia que a possibilidade de isso ocorrer é baixa.
— Não teremos mais recursos para investir nesse montante. Então, dentro da realidade do governo, refaremos uma discussão interna do que é prioridade em um primeiro momento, do que é possível ser feito para que a escola tenha ao longo do próximos 18 meses o coração dela restaurada, recuperada. Enquanto isso, nós vamos fazendo a captação de recursos para fazer o complemento ao longo do tempo — afirmou o secretário em visita à escola nesta segunda-feira (18).
Ele avalia que o primeiro passo deve ser obras em áreas de circulação constante dos estudantes. Conforme o secretário, outros pontos, como cobertura de quadra esportiva, devem ser reavaliados. O tempo que demorará para a reforma iniciar ainda é uma incógnita. Segundo o secretário, após a situação ser avaliada por técnicos, será feito o encaminhamento para a Secretaria da Fazenda. Ele diz que o dinheiro sairá do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
A licitação para as obras de quase R$ 30 milhões chegou a ser lançada, mas foi suspensa por causa do decreto de contingenciamento de recursos do Governo do Estado. Além de intervenções na estrutura atual, que sofre com rachaduras, goteiras e outros problemas, previa a ampliação do prédio.
A reforma do Cristóvão de Mendoza é uma promessa desde 2012, quando foi incluída no Plano de Necessidades de Obras. Sem saírem do papel, as intervenções voltaram a ser uma promessa em 2016. Estudantes fizeram a ocupação do prédio durante uma mobilização nacional e a liberação do prédio ficou condicionada ao início de obras com conclusão em 2017. O acordo foi firmado com auxílio do Ministério Público. No entanto, mais uma vez, nada aconteceu e o prédio continuou se deteriorando. As alegações do Governo do Estado para o atraso foram entraves burocráticos até que, no ano passado, a licitação foi lançada, mas acabou suspensa antes da conclusão.
— Nós estamos céticos, mas não deixaremos de ser vigilantes e fazer pressão — disse a diretora, Roseli Bergozza, após a visita do secretário.
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