Para a florense Carla Fontana, os italianos Rita Fontana, 59, e o marido, Gianni Casanova, 63, além de Gabriele Galletti, 60, e de Sandra Vedana, 62, são uma segunda família. Além de integrarem o grupo que a acolheu, o quarteto de Sospirolo faz parte do conselho da Associazione Amici di Flores da Cunha, responsável pelo Gemellaggio entre as duas cidades, assinado em 12 janeiro de 2012.
É interessante perceber a naturalidade com que os italianos falam sobre o Rio Grande do Sul, especialmente porque, há cinco décadas, eles sequer sabiam que tinham algum vínculo com a Serra gaúcha. Sandra só soube de parentes distantes quando um deles, Ciro Mioranza, esteve na Itália para pesquisar sobre suas raízes.
- Eu não sabia nada sobre imigração. A nona não falava porque a mãe dela morreu jovem e ela nem teve possibilidade de escutar algo sobre o assunto - relata.
Já Casanova observa uma mudança na paisagem do lugar:
- Na época da imigração, o bosque estava pelado. Hoje ninguém mais trabalha na terra, só nas fábricas, então o mato cresceu.
Entre outras descobertas interessantes desses contatos, para Sandra, está o dialeto:
- Descobri termos que ouvia da minha nona. Aqui, o dialeto foi italianizado e lá (em Flores) ele se manteve. Essa foi uma surpresa incrível. Lá nos sentimos amados, é uma coisa inexplicável. Não estamos em outra parte do mundo, não estamos em um país diferente, estamos em casa.
Tão em casa que Galletti aprendeu o português, mas fez questão de dar entrevista em dialeto vêneto. Ele relata que, quando está em Flores da Cunha e alguém o apresenta como italiano, ele recebe a mesma pergunta.
- Italiano daqui ou da Itália? Então fala para eu escutar! - ri.
Italianos da Serra
Moradores de Sospirolo, no Vêneto, mantêm relação próxima com cidade da Serra
Italianos acolheram a florense Carla Fontana
Tríssia Ordovás Sartori
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