Perto de completar 15 anos, em abril de 2013, o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) vive uma realidade que já era projetada antes mesmo da abertura: a superlotação. As 40 vagas chegaram a ser consideradas suficientes pela extinta Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), na elaboração do projeto. Mas os alojamentos, antes individuais, passaram em pouco tempo a abrigar duplas em camas improvisadas.
- A arquitetura do prédio é a de um ginásio de esportes que, ao invés de arquibancadas, tem dois andares de salas e celas. É um erro histórico de pesadas consequências, pois comprometeu irreversivelmente a viabilidade pedagógica da unidade - avalia o juiz da Infância e Juventude, Leoberto Brancher.
Desde o início, o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) foi planejado para oferecer ensinos fundamental e médio, cursos profissionalizantes e atendimentos ambulatorial, odontológico e psicopedagógico. Há também espaços de lazer, como sala de vídeo, pátios e quadra de esportes. O objetivo é proporcionar instrumentos que possibilitem a ressocialização dos menores.
Sem ter condições de separar os menores infratores de outros com mais de 18 anos, e por vezes de perfil mais agravado, os psicólogos, assistentes sociais, monitores e outros servidores perdem o incentivo ao trabalho:
- Temos internos menores de idade que necessitam de um tratamento diferenciado. Mas o convívio com os demais prejudica nosso trabalho e compromete a qualidade e a eficiência da medida socioeducativa - aponta a psicóloga, Tereza Cost.
Até a última semana, o prédio abrigava 69 jovens, divididos em dois grandes grupos. Eles são revezados em uma programação com pelo menos 11 atividades, distribuídas em três turnos. Mesmo assim, conflitos ainda são registrados.
Confira a última reportagem completa da série no Pioneiro desta segunda-feira.
Infratores
Infraestrutura do Case compromete a recuperação de menores em Caxias do Sul
Até a última semana, o prédio abrigava 69 jovens
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