Na última semana eu parei para pensar em todas as coisas que já realizei até então. Lembrei dos grandes projetos executados, das viagens que eu poderia considerar como verdadeiros perrengues, dos sonhos bem sucedidos e das conquistas que tanto batalhei. Ao mesmo passo que essa nostalgia me fez recordar de momentos incríveis e desafiadores, habitou dentro de mim um sentimento estranho e desconhecido. Se eu tivesse que resumi-lo em um questionamento, ele seria: eu faria tudo isso de novo?
A partir disso, surgiram perguntas e mais perguntas. Eu estava certo de que hoje sou uma pessoa completamente diferente daquela que eu era nos anos passados, mas quis entender se eu não faria tudo aquilo que já fiz justamente por já ter feito ou porque agora estou mais acomodado (ou seria preguiçoso?).
Não consegui obter uma resposta de mim mesmo. Parte de mim quis acreditar que, claro, se eu não tivesse realizado algumas das minhas metas, talvez elas ainda existissem. É o mesmo que querer viajar para um lugar que eu nunca fui e saber que só estarei satisfeito após o retorno. Mas a outra parte de mim quis acreditar que o tempo nos torna mais realistas e mais cautelosos.
Não estou dizendo que a idade é um dos limitadores da realização de quaisquer sonhos. Talvez eu só esteja mesmo naquela fase da vida em que a gente passa a pensar duas (ou muitas) vezes antes de simplesmente se jogar de cabeça em qualquer aventura. No momento, não sei dizer o quanto gosto ou desgosto dessa ideia – afinal, sei que a coragem deveria ser uma característica permanente dentro da gente. Quem sabe seja o tempo (de novo ele) que irá me mostrar lá na frente qual é o equilíbrio perfeito entre arriscar e ter receio.
O lado bom disso tudo é quando olhamos para trás e percebemos que estamos satisfeitos. O que foi feito está feito, e fez sentido no momento em que existiu. Até porque, aquilo que estamos fazendo exatamente agora talvez seja exatamente aquilo que daqui a alguns dias passaremos a nos perguntar: eu faria tudo isso de novo?