
Com a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21), caberá ao Colégio de Cardeais do Vaticano escolher o próximo pontífice. Até meados de fevereiro, haviam 252 cardeais registrados na Igreja Católica, dos quais 135 estão aptos a votar.
Para participar da escolha de um papa, os cardeais precisam respeitar uma única regra: ter menos de 80 anos. Durante a sua trajetória à frente da Igreja Católica, entre 2013 e 2025, Francisco nomeou 80% dos cardeais que estão aptos agora para escolher o seu sucessor.
Atualmente, a maior parte dos membros do Colégio de Cardeais tem origem europeia: são 54 europeus, o que representa 40%. Veja a composição atual, de acordo com dados da Santa Sé até fevereiro:
- África: 18
- América Central: 4
- América do Norte: 16
- América do Sul: 17
- Ásia: 23
- Europa: 53
- Oceania: 4
Oito brasileiros integram o Colégio de Cardeais atualmente, sendo que sete estão aptos para votar na próxima eleição papal. Apenas o mineiro dom Raymundo Damasceno Assis, 88 anos, não poderá participar da escolha — mas pode ser eleito pontífice.
Como é feita a escolha?
Conhecido como conclave, o processo de escolha do papa costuma ter início no 15º dia após a morte do santo padre. O período pode ser postergado por mais cinco dias, a fim de possibilitar tempo hábil para que todos os cardeais votantes cheguem ao Vaticano, em Roma, na Itália.
O conclave acontece na Capela Sistina e os cardeais eleitores ficam alojados na Casa Santa Marta — uma espécie de hotel existente no Vaticano, construído nos anos 1990, durante o papado de João Paulo II, com a finalidade de tornar os conclaves mais confortáveis para os participantes. Curiosamente, ao ser eleito, em 2013, Francisco optou por continuar vivendo no quarto em que estava hospedado no local, em vez de mudar-se para o palácio destinado ao papa.
Durante o período da eleição, os cardeais são impedidos de manter contato com pessoas externas ao processo, salvo em situações de emergência. Eles também não podem ler jornais, ouvir rádio, ver TV ou acessar a internet. Prestadores de serviços, como médicos, cozinheiros e faxineiros, devem fazer um juramento de segredo para atuar no Vaticano enquanto ocorre o processo. É vedada a entrada na capela, durante o conclave, de dispositivos que permitam gravação, seja de áudio ou imagens.