

Na última semana, a saída de Evaristo Costa da bancada do Jornal Hoje foi provavelmente um dos assuntos mais comentados da internet. A notícia pegou todos de surpresa – até a própria Rede Globo, que não imaginava que o jornalista pediria as contas após 14 anos de casa. Talvez você não saiba, mas Evaristo é considerado um verdadeiro rei nas redes sociais, e o seu nome como futuro apresentador do Fantástico era certo. Porém, ele preferiu optar por um ano sabático com a família, e foi aí que Evaristo fez o que todos deveriam fazer ao menos uma vez na vida: chutar o balde.
Leia mais
Nivaldo Pereira: O signo ascendente
Anavitória, dupla que estourou no Youtube, faz show neste domingo em Caxias
Dono de 25 mil discos, colecionador de Garibaldi largou carreira na engenharia para dedicar-se ao antiquário
Quando decidi pedir demissão do meu último emprego, no ano passado, eu não tinha certeza de nada. Até porque, as pessoas que decidem chutar o balde não podem esperar por alguma segurança ao fazê-lo. É um tiro no escuro, você nunca sabe se a empreitada vai dar certo ou não. A minha decisão de trabalhar "somente" como escritor foi, para alguns, um claro paralelo com pular de bungee jump. "Nossa, que coragem". Sim, tenho. Ainda bem.
Nem sempre a gente chuta o balde com a ideia de retornar caso nada dê certo. Pessoas inquietas sempre buscam algo novo, e a decisão de Evaristo reflete a bandeira que a geração Z sustenta: há um mundo gigantesco para ser explorado. Sim, há que ter cautela. Mas eu arrisco a dizer que os maiores chutadores de balde são aqueles que, mesmo com uma breve segurança financeira, não temem o fracasso da empreitada, até porque eles sabem se reinventar. As histórias de alguns dos maiores empreendedores do país são baseadas em perfis que abandonaram um percurso e seguiram para outro totalmente diferente. E você sabe onde eles estariam caso não tivessem chutado o balde.
A urgência é ser feliz. Mais do que dinheiro e uma garantia profissional, o que procuramos é aquilo que nos preenche. Então por que manter baldes vazios em pé? Eu já chutei o balde em um relacionamento de 3 anos em que as brigas haviam superado os momentos bons. Doeu demais, sim, mas não existe crescimento sem dor. Libertar-se de qualquer garantia não é tarefa fácil: nós sempre nos prendemos ao que nos faz sentir seguros. Tenho um conhecido que largou o trabalho consolidado para comprar uma passagem só de ida para o exterior. Os riscos? Muitos. As chances de encontrar o que ficaria para sempre só na imaginação? Todas.