Cada sociedade e cada época imprimiram nos indivíduos as regras para o amor. Há o da submissão, o romântico, o cortês, o dos contratos. Fato é que que todos nós somos profundamente influenciados pelos códigos vigentes. Pensamo-nos livres, quando estamos apenas obedecendo o que, de forma lenta e quase imperceptível, vai sendo introjetado em nossa mente. Depois de certo tempo, acaba fazendo parte do nosso DNA emocional. Somos agentes passivos deste sentimento que, não importa como se manifesta, acaba por se tornar o centro de nossas vidas. A leitura de muitos romances e outros tantos ensaios me ajudou a compreender a natureza que o envolve. Cedemos à biologia e ao impulso de reprodução. Mas também sonhamos com uma pessoa que possa “nos completar”. Esse termo, carregado de exigências e responsabilidades, acaba contaminando a visão idílica que alimentamos quando ele é ainda uma idealização. A pesada carga de ciúme e posse acaba por corromper, inevitavelmente, esse que poderia ser uma espécie de portal da salvação. Um refrigério para a inalcançável solidão que, em tantos momentos, perpassa nossa alma. Mesmo tendo essa consciência, muitos insistem em transformar a criatura que amam em propriedade privada, projetando nela suas carências.
Opinião
Gilmar Marcílio: educação para o amor
No amor, a maturidade só é alcançada através da generosidade e da ausência de preconceitos