O cristianismo nos legou dez mandamentos. Alguns deles, presos aos códigos morais da época em que foram escritos, ecoam de forma distante em nossas vidas. São referências pálidas, mas mesmo assim permanecem no imaginário. Em algum momento, cada um de nós sentiu-se tentado a acrescentar um ou mais normas de comportamento que, parece-nos, poderiam ajudar a nos transformar em seres humanos melhores. Sem falar no fato de que permitiriam uma convivência mais pacífica com nossos semelhantes. Não creio que precisamos, necessariamente, praticar algum tipo de religião para sermos bons e justos. A ética e a filosofia, quando postas em ação com verdade e comprometimento, também se tornam excelentes guias para burilar a alma. Mas os que seguem o roteiro ditado pela fé são tomados, com maior ou menor intensidade, pelo desejo de acrescentar novos ditames, verdades que o período em que estão imersos parece impor com premência. Mesmo não fazendo parte desse grupo, mas respeitando e até invejando quem se deixa consumir por alguma disciplina espiritual, pensei em algo que parece estar tão ausente nestes dias em que a polarização toma conta de quase tudo. E a intolerância batiza com o carimbo da certeza qualquer opinião, por mais leviana que seja.
Opinião
Gilmar Marcílio: não revidarás!
A intolerância batiza com o carimbo da certeza qualquer opinião.
Gilmar Marcílio
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