O que é silenciado e caminha para um suposto esquecido, adoece. Quantas vezes diante do absurdo, silenciamos. Talvez porque nos faltem palavras, pois nem sempre as palavras dão conta do que sentimos. Talvez porque imaginemos que ao não dizer nada, o tudo do ocorrido, desaparece. Ouço as pessoas me dizerem que estão cansadas de ler notícias ruins, por isso, preferem afastar-se do mundo real. No entanto, já sabemos de experiência de vida que isso pouco ajuda. Há algo que sempre permanece na crosta da consciência. Algo que com o tempo pode parecer ter desaparecido, mas a angústia, o desconforto, nos incomoda como aquele espinho que não conseguimos tirar, e que dói quando esquecemos e batemos o dedo. Dói para nos lembrar do fato de que ele continua existindo. A dor seria então uma espécie de consciência de que estamos vivos, de que somos vivos. Somos humanos. Não somente a minha dor como a mais importante, mas a dor, enquanto e também, dor do outro. Mas para isso é preciso que resgatemos outra palavra fundamental no vocabulário de quem deseja ser uma pessoa melhor.
Silêncio
Opinião
O passado nunca é senão um antigo presente
Adriana Antunes
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