Sou apaixonada por cinema, e essa sua capacidade de simbolizar em frames o que a retina vê todos os dias, mas não compreende. Então chega a arte e estampa em cores o real, reconstruindo o imaginário portador de significados. O cinema que sempre nos confrontou com o nosso devir-animal revelando a besta que somos e esse devir-máquina, tão atual, tão cheio de Deleuze e Guattari, jogando na nossa cara o quanto temos uma mente programada. O cinema e os corpos atravessados por forças que a psicanálise tenta entender, numa luta vã com o capitalismo cognitivo, que potencializa nossa ignorância. Nossos corpos-imagens representados na lente e na tela tão demonizados, massacrados, modelados e obsoletos. Corpos-máquinas, pedaços nossos e da sociedade na qual vivemos.
Opinião
Adriana Antunes: cinema
O cinema é uma ótima porta de entrada para o ficcional-real de nossas vidas absurdas
Adriana Antunes
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