Habitamos espaços, tempos e memórias. Moramos em casas, às vezes sozinhos, às vezes com alguém. Moramos em muitos lugares, só quase nunca temos coragem de viver dentro de nós. Para conviver consigo mesmo é necessário muita paciência e amor próprio, porque na maioria das vezes, nos assustamos e, invariavelmente, voltamos para o lugar que dói. Já reparou que vira e mexe estamos envolvidos em relacionamentos que nos fazem sofrer? Pode ser no trabalho, no amor, na amizade, de repente estamos de novo vivenciando as mesmas humilhações, os mesmos sofrimentos. Ouço muito as pessoas e boa parte delas acreditam que a disputa em casa, na família, por exemplo, é por saber quem manda ou tem mais autoridade sobre os outros, quando na verdade a busca inconsciente é outra, é saber quem será o objeto do outro, quem será cuidado, protegido. Estamos falando de passividade, da entrega da subjetividade para o outro e isso parece tão tentador.
Opinião
Adriana Antunes: nosso lugar na vida do outro
Já reparou que vira e mexe estamos envolvidos em relacionamentos que nos fazem sofrer?
Adriana Antunes
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