Por Flávia do Canto, sócia no Souto Correa Advogados
Nos últimos anos, muitos Procons têm enfrentado dificuldades devido à falta de recursos e de políticas públicas adequadas. A escassez de investimentos em infraestrutura e capacitação desses órgãos tem limitado sua atuação, comprometendo a eficácia na proteção dos direitos dos consumidores.
No mês dedicado ao consumidor, em razão da comemoração do Dia Internacional do Consumidor, cabe a reflexão sobre a ausência de políticas públicas efetivas, o que enfraquece o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor e demonstra a limitada efetividade dos Procons. Neste cenário, o papel das empresas se torna ainda mais crucial. Cada vez mais, organizações que priorizam uma experiência positiva para o cliente — conhecida como customer experience — se destacam no mercado.
Investir em um atendimento ao consumidor de qualidade, ouvir feedbacks e adaptar produtos e serviços às necessidades dos consumidores não é apenas uma estratégia de negócio, mas também uma responsabilidade ética. Empresas que se comprometem a respeitar e valorizar seus clientes contribuem para a construção de um mercado mais justo, no qual os direitos do consumidor são efetivamente garantidos.
Empresas que se comprometem a respeitar e valorizar seus clientes contribuem para a construção de um mercado mais justo, no qual os direitos do consumidor são efetivamente garantidos
Diante dessa realidade, as empresas têm uma oportunidade valiosa para desenvolver uma cultura centrada no cliente. Ao fazê-lo, não apenas fidelizam sua base, mas também atuam como aliadas na promoção de melhores práticas de consumo. Isso inclui a transparência nas informações, a oferta de produtos e serviços que realmente atendam às necessidades dos consumidores e a disposição para resolver problemas de forma ágil e eficaz.
É fundamental refletir sobre os desafios que ainda persistem na defesa dos direitos do consumidor no Brasil. O fortalecimento dos Procons e a implementação de políticas públicas eficazes são essenciais para garantir um ambiente de consumo mais seguro, embora essa seja uma realidade difícil de se transformar. Nesse cenário, as empresas que adotarem uma cultura centrada no cliente, com mecanismos eficazes para a jornada do consumidor, terão uma grande oportunidade de fidelização e fortalecimento da marca.