Por Leandro Villela Cezimbra, Advogado e vice-presidente da Câmara Empresarial Argentino- Brasileira do RS
No último dia 11 de abril, durante discurso em rede nacional de rádio e televisão, o governo argentino anunciou o fim do cepo cambial, uma espécie de limitador ao mercado de dólares, iniciado há mais de 15 anos, mantido nas gestões que se seguiram, inclusive na de Maurício Macri, da centro-direita.
O feito de terminar com o cepo, de consequências profundas aos nossos vizinhos que fazem suas poupanças pessoais na moeda americana, somado à enorme redução da inflação nos últimos anos e a redução do tamanho do Estado representam mais do que promessas de campanha, promessas essas de que muitos duvidavam.
O fim do cepo vem em um momento crucial, afinal, o governo Milei teve dois reveses importantes no congresso e necessitava de boas notícias para reagrupar suas forças e seguir no processo de ajuste fiscal e monetário que se denomina motosserra, alusivo a um extenso corte de gastos promovido.
Representa a ação concreta em prol da liberdade econômica e do livre mercado
É bem verdade que o acordo com o Fundo Monetário Internacional, anunciado dias antes, foi o grande impulsionador do fim do cepo, mais do que isso, foi a partir do novo empréstimo do fundo, da ordem de US$ 15 bilhões, que a administração Milei conseguiu terminar com mais uma das amarras da economia do país.
Independentemente de eventuais discordâncias que se tenha sobre a condução ou sobre a forma de manejo da economia argentina, não se pode negar que a habilidade empregada e os resultados obtidos em pouco mais de um ano e quatro meses são surpreendentes.
Nós que estávamos acostumados a olhar para nossos vizinhos pelo retrovisor econômico, agora nos deparamos com a situação invertida, com a Argentina pautando suas ações pela desestatização, pelo incentivo ao investimento privado e crescendo acima da média mundial.
O fim do cepo representa a ação concreta em prol da liberdade econômica e do livre mercado. Sem ele, os fluxos de pagamentos internacionais do país serão normalizados, facilitando aos nossos exportadores o recebimento de suas mercadorias. Que assim seja!