Por Daniel Randon, presidente da Randoncorp e presidente do conselho superior do Transforma RS
A campanha de redução de preços da cesta básica de alimentos não virá por decreto ou por um movimento muito mais político do que econômico. As alternativas são inócuas, a começar pela redução a zero de alíquotas de importação de commodities importantes, como carne, café, açúcar, milho e azeite, que destacam o Brasil no cenário mundial e que terão o mesmo elevado custo logístico para chegar ao consumidor. No longo prazo, a solução que se mostra fácil, trará impactos nefastos ao agronegócio, à indústria local, à segurança alimentar e à sustentabilidade ambiental.
Soberano, o mercado responde, se bem tratado e com regras claras e menor complexidade administrativa e regulatória
É preciso cuidar do custo de produção e da competitividade, como recomendam especialistas e como mostram os modelos vencedores globais. Não há fórmulas prontas. Soberano, o mercado responde, se bem tratado e com regras claras e menor complexidade administrativa e regulatória.
Preços altos refletem a falta de ajuste fiscal. Preços menores começam na lavoura, no cuidado com a safra que está chegando. A ausência do governo federal na recente Expodireto, por exemplo, mostrou descaso e desalinhamento com um setor que responde por quase 25% do PIB nacional e 48% das exportações do país. As urgentes políticas de estímulo à produtividade passam por uma gestão combinada de alívio a quem consome e proteção a quem produz.
Refiro-me à desburocratização e ao combate à pesada carga de impostos, entre outras medidas equilibradas, de modo a manter a inflação sob controle. Restrições, imposições, tabelamentos e até a tributação das exportações ainda estão na nossa memória e se mostraram abertamente contraproducentes.
Liberdade econômica e menos tributos é o que precisa uma nação desenvolvida, que estimula a atividade econômica e incentiva o empreendedorismo, vetores da geração de maior receita para os cofres públicos, sempre incentivando a inovação para garantir a competitividade global da economia brasileira.