Alfredo F. Schmitt, presidente do Instituto SustenPlást
A lei que suspende a utilização de canudos plásticos já está em vigor em Porto Alegre. É uma lástima. Sob todos os pontos de vista técnicos, canudos plásticos são a melhor opção em relação às alternativas que se existem.
A análise de ciclo de vida é muito mais favorável aos plásticos quando comparada com os sucedâneos apresentados. Para o processo de reciclagem, não é necessário lavá-los. Para higienizar canudos de outros materiais (vidro e alumínio), utiliza-se água potável — que é devolvida ao meio ambiente suja e com detergente. Canudos de papel, ou mesmo os produzidos com aditivos não aceitos pelo Ministério do Meio Ambiente, esfarelam-se, deixando resíduos de adesivos e de produtos químicos usados na fabricação.
Já os canudos de metal são trazidos da China. Vale lembrar que não existe controle de qualidade e regulação específica no quesito meio ambiente para estes produtos importados. Não temos controle sobre o impacto ambiental causado pelo processo produtivo em outro país, nem sabemos se o material que estamos comprando é de fato o anunciado pelo fabricante.
Independente do material que forem produzidos, os produtos terão que ser destinados adequadamente. Ou só porque o canudo é de papel poderá ser largado em parques e calçadas? O de vidro, ao quebrar, será destinado onde? O de metal será esterilizado nos ambientes comerciais? Não vemos a regulação disto.
Creio que o vereador autor da lei tivesse à época uma boa intenção, entretanto, o setor plástico brasileiro em momento algum foi convidado ou quiçá convocado para esclarecimentos técnicos e científicos, bem como para contribuir para uma solução eficaz. Não me parece democrático ouvir apenas um dos lados envolvidos no tema.
Independente do material que forem produzidos, os produtos terão que ser destinados adequadamente.
Porto Alegre perde a oportunidade de avançar em termos de educação através dos diversos programas que o setor plástico brasileiro desenvolve e atua em termos de economia circular.
Países como o Japão, por exemplo, não possuem leis para a proibição. Aquele país possui um grande incentivo de educação, cidadania e fomento ao esclarecimento. Precisamos nos espelhar nos fortes e nos bons.
Assim, e para que não se alegue desconhecimento, posso citar aqui os nomes do Instituto SustenPlást, Abiplast, Sinplast, Simplas, Sinplavi, Plastivida, entidades ligadas ao setor plástico brasileiro dispostas a dar informações corretas e verdadeiras sobre os temas pertinentes.