Por Daniel Trzeciak, deputado federal (PSDB)
O governo federal, por meio do Ministério dos Transportes, demonstra mais uma vez seu desprezo pelo Rio Grande do Sul ao insistir na cobrança de um novo pedágio no trecho da BR-116, entre Camaquã e Porto Alegre.
A justificativa oficial? Uma suposta "rota de integração". Mas a verdade é bem diferente: estamos diante de um projeto de segregação econômica, que pune a região com novas tarifas e restringe ainda mais qualquer tentativa de desenvolvimento. Quem transita pelas cinco praças de pedágio do polo rodoviário de Pelotas já conhece bem essa realidade: o pedágio mais caro do Brasil, um fardo injusto que drena a economia local e encarece o transporte de bens e serviços. Agora, na mesma BR-116, outro trecho está na mira da mesma política de exploração. É desolador ver como é enxergada a região: como ativo arrecadatório para o governo, não como ativo econômico a ser desenvolvido.
O Rio Grande do Sul precisa de investimento e soluções reais, não de mais pedágios
O governo federal deveria, sim, de uma vez por todas concluir a duplicação da BR-116, no trecho entre Pelotas e Guaíba; deveria, sim, estar acelerando a resolução de gargalos há muito conhecidos, como a duplicação do lote 4 da BR-392, que leva ao porto do Rio Grande; deveria, sim, estar investindo pesado na travessia a seco entre São José do Norte e Rio Grande. Mas não. Em vez disso, vende a ilusão de que "vai fazer", mas na prática não faz e, ainda por cima, coloca mais barreiras, encarecendo a logística e tornando a vida dos gaúchos ainda mais difícil. O Ministério dos Transportes e o Governo Federal agem como um cobrador implacável, sem oferecer contrapartidas reais que justifiquem mais essa penalização.
O Rio Grande do Sul precisa de investimento e soluções reais, não de mais pedágios que sangram a economia e limitam o crescimento da região. O governo federal tem que ouvir a população diretamente interessada e reverter essa decisão absurda. Chega de aceitar essa política de extorsão disfarçada de desenvolvimento! É essa a "união e reconstrução" que o governo federal propõe?