Guy Debord, ao definir o espetáculo como uma relação social entre pessoas mediada por imagens, diz também que ele é uma Weltanschauung (visão de mundo) que se tornou efetiva, materialmente traduzida, uma visão de mundo que se objetivou dentro do contexto das condições modernas de produção. A cidade e os seus espaços de exclusão são a expressão material da ideologia capitalista que consagra concentrações e centralizações. Ela é também o cenário que dá sentido à interpretação da pichação como evidência de um processo sistemático de segregação. Dessa forma, a pichação atua como uma assinatura simbólica das dinâmicas de exclusão socioespacial, bem como revela um afastamento do verdadeiro potencial participativo do qual a cidade poderia ser um grande agente segundo a teoria do direito à cidade.
Duas Visões
A pichação atua como uma assinatura simbólica, diz crítica de Arte
Para Adauany Zimovski, mestre em História, Teoria e Crítica de Arte pela UFRGS, exigiria um debate muito mais profundo sobre os usos sociais do espaço