Preocupação comum entre muitos governadores, a crise da Previdência nos Estados, que estará sendo debatida hoje em reunião de secretários da Fazenda no Rio de Janeiro, é uma questão ainda mais emergencial no Rio Grande do Sul. Levantamento divulgado agora pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) mostra que o déficit previdenciário do setor público gaúcho, de R$ 7,5 bilhões no ano passado, ou quase um quarto da receita líquida, é o pior do país. Por mais que as reações de servidores contrários a mudanças possam fazer sentido, o fato é que o modelo em vigor faliu, tornando-se insustentável.Nas proporções atuais _ e a estimativa é de o déficit alcançar R$ 9,3 bilhões em 2021 _, o Tesouro gaúcho não tem como definir um mínimo de equilíbrio nas contas, muito menos investir. Associado ao agravamento da crise econômica, o caos previdenciário foi uma das explicações para a redução nas verbas destinadas a melhorias pelo setor público, que já eram escassas, a menos da metade no ano passado. Os contribuintes precisam decidir se querem continuar bancando um sistema inviável, ou reformá-lo com urgência.Tentativas de enfrentamento realizadas nos últimos anos, como a criação do fundo de capitalização no governo anterior e da aposentadoria complementar no atual, são importantes, mas insuficientes, além de demorarem para provocar efeito nas contas. É necessário fazer mais. Os secretários de Fazenda precisam buscar saídas imediatas, incluindo as previstas na nova regulamentação nacional, que deve beneficiar governadores.
Editorial
Modelo insustentável
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