Mais uma vez transformada em tribunal, a Câmara dos Deputados vota nesta segunda-feira o pedido de cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de manter contas secretas no Exterior e de ter mentido sobre elas a seus pares, em depoimento à CPI da Petrobras, no ano passado. A mentira é o pretexto legal, como foram as pedaladas fiscais para a presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment. Na verdade, Cunha está prestes a perder o mandato pelo conjunto da obra: acusação de receber propina de diversas empresas, crime tributário, falsificação de documentos, manipulação do regimento interno da Câmara para se beneficiar, pressão sobre colegas e até mesmo o uso do nome de Deus em suas causas eleitorais. O feito mais notável da carreira política, porém, foi o recente litígio com o governo petista, que o levou a deflagrar o impeachment presidencial.
Editorial