Os espíritos mais otimistas, moderados e construtivos esperavam que com a ida de um “economista de esquerda” para a presidência do Banco Central ele iria afrouxar o terrorismo movido contra o equilíbrio fiscal pelas facções mais extremistas do governo. Afinal, saía de cena o bode expiatório número 1 que Lula criou para esconder a sua incompetência sem limites no governo do país e entrava um nome escolhido por ele mesmo para supostamente cumprir as suas ordens. Perda de tempo.
Bastou o novo presidente tomar a primeira decisão do seu mandato de quatro anos para que a cólera da presidente e de outros gatos gordos do PT contra o equilíbrio financeiro do Brasil explodisse de novo – como se o velho “inimigo” continuasse no cargo. Gabriel Galípolo, em conjunto com a direção agora integralmente lulista do BC, aumentou os juros para 13,25% ao ano. Era isso mesmo o que tinha de fazer, diante da baderna que Lula criou na economia do Brasil. Mas o PT caiu matando.
Nem parece, nesse caso, mais um episódio de “fogo amigo” onde as alas diversas entre si dentro do governo atiram umas nas outras. A fúria da reação contra Galípolo, acompanhada de mentiras, dados falsos e desculpas hipócritas, já começa a ficar com cara de sabotagem. O BC tem obrigação legal de agir em defesa do valor da moeda nacional; se largar o controle dos juros, estará injetando inflação direto na veia da economia. A extrema esquerda do governo dá a impressão de querer exatamente isso.
Já está complicado, mesmo com as ações corretas do BC, acalmar o monstro que começou a roncar mais forte e já chegou à prateleira dos supermercados. Já existe um temporal se formando sobre o preço do diesel e demais combustíveis. Já existe o desemprego arrasador escondido pelas estatísticas oficiais que consideram “empregados” os atuais 54 clientes do Bolsa Família.
Existe, sobretudo, a inépcia terminal de um governo que simplesmente não consegue governar. Se, além de tudo isso, ainda destruírem o Banco Central, vão sumir os tons de cinza que ainda existem e ficar só o preto sobre preto.
Lula, por razões que talvez fossem mais bem explicadas por psicólogos, tem acessos de nervos a cada vez que fica na cara de todo mundo que isso aqui é mesmo uma casa da Maria Joana. Fica doente só de ouvir; diz então, aos berros, que o Brasil “não é” a casa da Maria Joana. Nunca lhe passou pela cabeça, é claro, que a casa só virou esse ninho de ratos por causa dele mesmo – e da sua opção permanente pela coisa errada.