Depois da polêmica declaração do ministro Gilmar Mendes sobre a Lei da Ficha Limpa, que provocou imediata reação da Ordem dos Advogados do Brasil, o Congresso e o próprio Judiciário têm o dever de contribuir com mais sensatez para o aperfeiçoamento das 10 medidas de combate à corrupção, propostas pelo Ministério Público Federal. O texto que está sendo examinado pelo parlamento também carece de correções, até mesmo porque suscita dúvidas de constitucionalidade. Mas atende a um clamor da sociedade, tanto que chegou à Câmara respaldado por 2 milhões de assinaturas de cidadãos indignados com os desmandos e as irregularidades na administração pública. Enquanto o país não desenvolver uma cultura de ética e respeito ao patrimônio coletivo, as leis moralizadoras continuarão sendo necessárias para, pelo menos, inibir a corrupção e reduzir a impunidade.
Editorial