O termo presidencialismo é um eufemismo. Na verdade, é monarquia, ou seja, governo de um só. A sucessão hereditária ou a escolha pelo voto são roupagens que não mudam o cerne. Nesse sistema, o monarca precisa submeter, de alguma forma, o Parlamento e até o Judiciário. Nos casos de não submissão, a máxima "reina mas não governa" é perfeita. Em 1889, não tínhamos monarquia, vigia o parlamentarismo e o imperador exercia um dos poderes (a exemplo da Inglaterra, que eliminou a monarquia em fins do século 17). Uma reles cópia do sistema monárquico americano - criado em 1776 por não ser encontrada uma "família real" - produziu o nosso monstrengo, também copiado em toda a América Latina. Aliás, o que une a intrínseca e normal instabilidade institucional dos latino-americanos é o igual sistema de governo que para crises só tem saídas traumáticas.
Artigo
Antonio Augusto D´Avila: não à monarquia!
Economista