Quem sabe fazendo essa figura de linguagem aí do título você preste atenção no que acontece bem aqui, na sua cidade e no seu Estado.
Eu não uso a hashtag #rsmelhoremtudo, a não ser de forma irônica. Penso, inclusive, que essa visão de que somos diferentes nos faz, sim, diferentes, mas para pior. Nos fechamos em nós mesmos e abrimos pouco nosso olhar para o mundo, e isso é um pecado mortal neste tempo cada vez mais plural, aberto e compartilhado em que vivemos.
Mas, em contrapartida, também não fecho os olhos para a grandeza do que fazemos diante do nosso nariz. E o Global Tecnopuc, inaugurado no final de 2015, é uma grandeza diante do nosso nariz. Como são o Tecnopuc e o Tecnosinos, o Museu da PUCRS e o Iberê Camargo, só para falar de parques e museus inovadores que, se estivessem no Exterior, usaríamos como exemplos e seriam muito mais elogiados.
O Rio Grande do Sul tem hoje uma das grandes universidades públicas do Brasil. E tem, com certeza, duas das três principais universidades privadas e dois dos melhores parques tecnológicos do país. Tudo aqui em volta, produzindo inovação e desenvolvimento por metro quadrado em um raio de poucos quilômetros quadrados. E o que é melhor: eles trocam. Abrem pontes, unem esforços, elogiam-se publicamente. Não são inimigos, são seres simbióticos, que se alimentam da mesma ideia de que inovação produz inovação e conhecimento gera conhecimento.
Essa alta concentração de talento, audácia e visão empreendedora deveria servir de inspiração para fazer surgir uma troca ainda mais rica e frutífera entre academia e mercado, entre a iniciativa privada e os governos, de forma a contaminar mentes e bolsos, e fazer do Rio Grande do Sul um polo digital, de inovação e pesquisa. E temos tudo para isso, basta que a gente perceba que aquilo que hoje gera valor no mundo está aqui, bem do nosso lado. Só precisamos entender e saber aproveitar.
Leia outros textos de opinião