A tentativa da administração de Imbé, no Litoral Norte, de resolver o excesso de barulho na orla restringindo a circulação de veículos em finais de semana pode não ter sido a mais adequada, por limitar direitos e prejudicar o comércio. Ainda assim, administradores de municípios que atraem grande número de veranistas têm o dever de conciliar os interesses coletivos, evitando problemas que se repetem e provocam atritos entre moradores.
Sem condições adequadas de infraestrutura para receber tantos visitantes nessa época do ano, particularmente em fins de semana, muitas cidades do Litoral atuam no limite de sua capacidade nos meses de janeiro e fevereiro. Se a esses problemas difíceis de serem contornados se somarem os que podem ser perfeitamente evitáveis com um mínimo de bom senso, o risco é o de que acabem entrando em colapso.
Entre as razões mais sérias para atritos, incluem-se desde hábitos condenáveis como o manejo inadequado do lixo, estacionamento de veículos fora das áreas autorizadas e, principalmente, o excesso de ruído provocado por som em volume alto. O direito ao lazer e à diversão não autoriza ninguém a agir sem qualquer limite, desrespeitando o espaço dos demais.
Embora o Litoral tenha características específicas, pela falta de compromisso das pessoas com a cidade, é importante que conflitos dessa natureza possam ser amplamente debatidos pela própria comunidade. Saídas negociadas e consensuais têm mais chance de contribuir para soluções nesses casos do que medidas meramente impositivas.