O jornalista da Agence France-Presse (AFP), Jacques Moalic, deportado para o campo de concentração de Buchenwald e cuja libertação em abril de 1945 ele presenciou como testemunha, morreu na quinta-feira aos 102 anos de idade, anunciou sua filha nesta sexta-feira (25).
Moalic morreu em sua casa em Paris, disse sua filha.
Deportado no dia 18 de novembro de 1943 a Buchenwald por atividades de resistência, ele manteve uma memória precisa da libertação do campo de concentração com a chegada dos soldados americanos em 11 de abril de 1945.
Neste dia, "havia muito nervosismo no campo. Temíamos um massacre mais ou menos organizado pela SS, e também tínhamos esperança da libertação", disse ele à AFP em abril de 2025, no 80º aniversário da libertação dos campos nazistas.
"Começamos a preparar as armas (...) e de repente chegou uma unidade americana. A SS não lutou, preferiu ir embora. Poucos minutos depois, estávamos do lado de fora", lembrou ele.
Depois de ser libertado, Moalic lembrou "a rapidez com que nos livramos de nossa pele de prisioneiro, nossos reflexos de campo de concentração, como se todos quiséssemos, muito rapidamente, escapar de nosso pesadelo", escreveu ele em um depoimento publicado pela agência em 1985.
"Eu não era um número e recuperei meu nome", acrescentou neste relato.
Após a sua saída de Buchenwald, Moalic retomou estudos de direito.
Logo voltou à AFP onde construiu uma carreira de repórter, cobrindo conflitos como Argélia e Vietnã.
Também foi encarregado de cobrir o Eliseu durante vários anos e ocupou o cargo de chefe do serviço de Informação Geral.
* AFP