O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, afirmou hoje (3) que os chefes de Estado e governo da União Europeia poderão aprovar sanções à Rússia caso "não haja um abrandamento" da situação na Ucrânia.
No final de um Conselho Extraordinário de Negócios Estrangeiros da União Europeia, exclusivamente dedicado à questão da Ucrânia e dos últimos avanços da Rússia, o chefe da diplomacia portuguesa criticou Moscou por violar "princípios básicos do direito internacional" ao entrar na Crimeia, península no Sul da Ucrânia.
- Este é um conselho histórico porque estivemos a analisar uma violação flagrante do direito internacional pela Rússia, a Rússia não respeita a soberania e o território da Ucrânia - disse Machete. O ministro português disse que a União Europeia não quer ter de "quebrar a possibilidade dos contatos com a Rússia", mas advertiu que podem ser adotadas sanções caso "não haja um abrandamento".
A União Europeia convocou para quinta-feira de manhã (6) uma assembleia extraordinária para discutir a situação na Ucrânia. O bloco europeu ameaçou também questionar as suas relações com a Rússia, caso não seja registrada uma "contenção da escalada" na Ucrânia.
Rui Machete defendeu que "não devemos ser pessimistas", mas que na reunião de quinta-feira, os primeiros-ministros da União Europeia poderão mesmo aprovar medidas mais drásticas contra a Rússia: "Uma das hipóteses é essa, se não houver um abrandamento. Isto é um processo dinâmico, que está mudando quase de hora em hora".
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após a queda do presidente Viktor Ianukóvitch, por causa da Crimeia, península do Sul do país, onde se fala russo e está localizada a frota da Rússia no Mar Negro.
Nas últimas 24 horas, segundo Kiev, aterrisaram na Crimeia dez helicópteros russos de combate e oito aviões de transporte de tropas, sem que a Ucrânia tenha sido avisada, como estipula o tratado bilateral sobre o estatuto da frota do Mar Negro. Moscou elevou para 6 mil soldados na península da Crimeia, de acordo com o Ministério da Defesa da Ucrânia. A Câmara Alta do Parlamento Russo aprovou no sábado, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar "o recurso às Forças Armadas russas no território da Ucrânia".
Apertando no bolso
Em reunião, União Europeia pode aprovar sanções contra a Rússia
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