
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em entrevista à revista Time que o Brasil, entre outros países, "ficou rico" e "sobreviveu" às custas do país norte-americano, em mais uma crítica direta à política comercial internacional que o seu governo afirma estar revertendo com a adoção de tarifas recíprocas.
— Se você olhar para o Brasil, se você olhar para muitos, muitos países, eles cobram, é assim que eles sobrevivem. Foi assim que eles ficaram ricos — declarou Trump, ao justificar o pacote tarifário imposto a 185 territórios.
O plano, batizado de "Dia da Libertação", foi anunciado em 3 de abril, durante discurso no Jardim das Rosas da Casa Branca, quando Trump classificou a medida como "o dia da independência financeira dos Estados Unidos".
As novas tarifas atingem diversos parceiros comerciais históricos dos EUA. No caso do Brasil, o impacto direto inclui uma tarifa base de 10% sobre todos os produtos, com exceção de aço e alumínio, que continuarão com alíquota de 25%, conforme anunciado anteriormente pela Casa Branca.
Durante a entrevista, o presidente norte-americano reafirmou a visão de que a aplicação de tarifas é um instrumento de reconstrução econômica e industrial do país.
— Se ainda tivermos tarifas altas, sejam 20%, 30% ou 50%, daqui a um ano, isso será uma vitória total. As empresas estão voltando para cá porque não querem pagar tarifas. Estão retornando para fazer os seus produtos nos Estados Unidos — afirmou.
O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre as declarações. Nos bastidores, o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços avaliam medidas diplomáticas e técnicas para tentar mitigar os impactos do tarifaço.