Ao todo oito testemunhas serão ouvidas no Foro de Frederico Westphalen nesta quinta-feira (18), a partir das 9h45, no processo que apura a morte do menino Bernardo. Entre elas, está um policial militar aposentado que viu o carro de um dos réus estacionado bem perto da cova onde o corpo da criança foi enterrado dois dias antes do crime no interior da cidade. A reportagem da Rádio Gaúcha falou com ele na tarde desta quarta-feira. Ele é a peça chave para a prisão de Evandro Wirganovicz.
"Quanto ao carro a gente viu ele no dia 2 (de abril), né. Em torno de 19h30, 20h00 perto do local onde foi aberto o buraco", diz o policial militar aposentado.
O irmão de Edelvânia é acusado de cavar o buraco onde o menino foi enterrado. Em depoimento à Polícia Civil, ele disse que estava pescando no rio e que não tem participação no crime. O ex-policial que prestará depoimento nesta quinta-feira possui uma propriedade a alguns metros do local. A testemunha garante que Evandro não conseguiria pescar nada naquele dia, porque a água do rio estava em um nível muito baixo.
"Aquele dia, pelo nível da água no rio, não era o melhor dia para pegar Jundiá com ele disse que estaria pescando. Naquele dia com o nível de água que tinha o rio, devido a falta de chuva, ele jamais iria pegar Jundiá na noite", garante o ex-PM.
O ex-policial afirma ainda que já viu Evandro pescando na mesma região outras vezes, mas nunca com o carro no local. Evandro e Edelvânia Wirganovicz estarão presentes na audiência. Já os advogados da madrastra de Bernardo, Graciele Ugulini e também Leandro Boldrini pediram a dispensa dos clientes. Os quatro estão presos acusados de participar da morte do menino.
Caso Bernardo
Bernando Uglione Boldrini, 11 anos, foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, o médico-cirurgião Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.
O pai, a madrasta e uma amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, respondem na Justiça por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. O irmão de Edelvânia, Evandro, também responde por ocultação de cadáver. O pai de Bernardo ainda é acusado por falsidade ideológica