Três cães morreram durante uma viagem de van entre os estados do Pará e de Santa Catarina, realizada por uma empresa especializada no transporte de animais. Os tutores, que registraram boletim de ocorrência no domingo (2), contrataram o serviço por R$ 10 mil.
De acordo com José Neto e Luciana Murta, donos dos animais, eles estavam saudáveis, com laudos médicos e vacinas em dia quando partiram do norte do País em 28 de janeiro.
A chegada estava prevista para o dia 2 de fevereiro, conforme informações da Folha de S.Paulo. O cão Bruce, um buldogue de 5 anos, morreu na Bahia em 31 de janeiro. Kira, de 10 anos, faleceu no dia seguinte, e Thor, de 9, quatro horas depois. Os dois últimos eram da raça Pastor Alemão e morreram em Minas Gerais.
— Eles eram nossa família também. Minha esposa está inconsolável, minha família toda está muito chateada. Para gente foi uma tragédia — afirma José Neto.
A causa das mortes ainda não foi esclarecida.
O responsável pela empresa de transportes, Alexandder Junio dos Santos Marques, informou que irá aguardar o resultado da necropsia e exames específicos dos cães para que seus advogados prestem esclarecimentos.
Mudança familiar
José Neto e Luciana Murta se mudaram para Santa Catarina, onde residem os dois filhos do casal, após a aposentadoria. Eles tinham cinco cachorros: os três que morreram durante a viagem e mais dois animais menores, da raça pinscher – Brisa, 14 anos, e Sophia, 11 — que foram transportados de avião e chegaram bem.
— Eram três cães saudáveis. O problema do Bruce é que ele é braquicefálico, tem nariz achatado, o que dificulta a respiração. Algumas companhias aéreas não aceitam fazer o transporte. Recentemente teve aquele caso do labrador. Então minha família optou pelo transporte terrestre, que parecia mais adequado, especialmente para o Bruce — relatou a nora do casal, a esteticista Gabriela Carvalho, nesta terça-feira (4).
O tutor acompanhou a entrada dos cães na van, que estava climatizada. No entanto, ele observou que as caixas pareciam pequenas para o porte dos animais, mas confiou na experiência da empresa.
Ainda de acordo com Gabriela, antes da viagem a empresa pediu laudos médicos e as carteiras de vacinação dos animais, o que foi providenciado pelos tutores e encaminhado junto aos cães.
O contrato previa paradas a cada quatro horas para passeio e a presença de um veterinário ou técnico, mas no dia em que o translado iniciaria, apenas o motorista da van e o seu filho menor de idade retiraram os animais na residência da família.
A empresa deveria enviar atualizações frequentes, mas os tutores chegaram a ficar mais de oito horas sem notícias.
— Quando ele saiu com os cães, ficamos às cegas: perguntando onde estavam, o que aconteceu, e viemos a saber dois dias depois que os cães estavam na Bahia e um tinha falecido — relatou o aposentado.
A família tentou contato para obter informações, mas não foram atendidos e nem obtiveram retorno. Em imagens enviadas pela transportadora para José, Bruce demonstrava estar ofegante.
A Polícia Civil de Santa Catarina registrou a ocorrência, mas informou em nota que não tem competência para investigar o caso, pois os óbitos ocorreram fora do território catarinense.
A família já iniciou o registro de boletins de ocorrência na Bahia e em Minas Gerais para que as autoridades locais apurem o caso.