Sai nesta sexta-feira uma das notícias mais esperadas na área econômica: o índice oficial da inflação no país - o IPCA. A expectativa é de que a inflação de dezembro tenha fechado em 0,8% diante da maior pressão dos preços de alimentos, gasolina e recreação.
Certo mesmo é que a aceleração de preços no ano passado foi bem elevada, como confirma qualquer pessoa que tenha passado por um corredor de supermercado nos últimos meses. E confirma também que, de novo, o Brasil vai ficar fora do centro da meta (4,5% ao ano), mas ainda dentro da banda de variação de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Como a inflação é prioridade número 1 a ser combatida e o Banco Central é o guardião da moeda, a estratégia usada em boa parte de 2013 foi uma postura mais forte na briga contra a alta dos preços. O juro baixo, que era uma conquista bem alardeada, ficou em segundo plano e deu lugar a um movimento de aumento da Selic, a taxa básica de juro do país. Mas a política ainda não mostrou muito do efeito planejado, pois o arrocho no consumo não só não foi o esperado, como parece mais ter sido consequência da desaceleração da economia. Mesmo com atividade em ritmo lento, a tendência é de que ocorram novas altas da Selic ainda a curto prazo.
Porto Alegre teve, no ano passado, uma das inflações mais pesadas entre as capitais brasileiras. E retomou a alta nesta primeira semana de janeiro, conforme apurado pela FGV.
Puxada por educação, transportes e alimentação, a variação dos preços foi de 0,78% - alta, diga-se de passagem -, e apenas 0,06 ponto percentual inferior à da quarta semana de dezembro (0,84%).
Inflação em curva ascendente, que corrói a renda da população, como se sabe, é combustível que candidato nenhum quer ver perto de si em suas campanhas eleitorais.