A consultoria Rosenberg & Associados estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve acelerar da taxa de 0,54% registrada no mês de novembro, anunciada nesta sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para 0,81% em dezembro. O economista Fernando Parmagnani justificou a projeção de avanço do índice dizendo que, no próximo mês, entrará na conta o reajuste de combustíveis anunciado pela Petrobras no dia 29 de novembro.
- Isso pode adicionar 0,11 ponto porcentual no IPCA - disse.
Parmagnani observou que dezembro deve ser afetado pelos reajustes de energia elétrica, água e esgoto, além do cigarro. O economista disse ainda que os grupos vestuário e alimentação devem acelerar em razão das compras de fim de ano.
- Por questão de safra, também pode haver impacto maior do etanol no índice de inflação - observou.
A Rosenberg esperava alta de 0,59% do IPCA em novembro, ante o 0,54% divulgado pelo IBGE. Parmagnani destacou a queda do grupo alimentação, de 1,03% em outubro para 0,56% em novembro:
- No caso das carnes, a taxa de variação recuou de 3,17% para 0,92% entre os dois períodos.
A Rosenberg espera que o IPCA encerre 2013 em 5,8%.
Já para a economista e sócia da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro, a queda no preço dos alimentos em novembro foi uma surpresa e deve impactar nas estimativas para a inflação de dezembro e também do fechamento de 2013.
- Ainda estamos com a projeção de 0,76% para dezembro e de 5,8% para o fim do ano, mas devemos dar uma lapidada para baixo nas projeções para mês e para o ano - afirmou.
A consultoria esperava alta de 0,60%.
Para dezembro, segundo Alessandra, a projeção de 0,76% leva em conta o reajuste nos combustíveis e também a possibilidade de aumento no preço no cigarro.
- Já houve reajuste do cigarro na região Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Rio de Janeiro. Estamos esperando o reajuste para São Paulo. É um peso importante que faz toda diferença para dezembro - explicou.
A economista destacou ainda que chama atenção o índice de difusão do IPCA, que ainda é alto. Ou seja, a disseminação da alta dos preços dentro dos itens do IPCA.
- A pressão dos preços é generalizada, o que é ruim - afirmou. Em novembro, o índice de difusão foi de 68,2%, contra 67,7% em outubro.
Alessandra ressaltou que a inflação de serviços ainda se mantém em um nível elevado e pressiona negativamente os preços para o ano que vem.
Segundo a analista, os preços dos serviços seguem mostrando força:
- Parou de subir, mas ainda está num patamar alto. É um motivo de desconforto e ajuda a entrarmos 2014 com um quadro não muito favorável.
Para 2014, a consultoria ainda trabalha com expectativa de inflação de 6%.