A precariedade do ensino no país, escancarada pelas avaliações de desempenho, torna urgente a necessidade de a sociedade e os pais se engajarem para uma revolução na escola.
No painel Educação Básica - Quais as consequências da ignorância?, ficou o alerta de que, por não avançar no conhecimento, o país está ficando para trás na corrida pela competitividade.
Atualmente reitor da Unimonte, em Santos (SP), Ozires Silva lembrou que, conforme a Constituição, a educação é dever de todos, e não pode ser deixada apenas nas mãos do Estado.
- Hoje o governo regula a nossa educação nos mais extensos detalhes, e o mundo global exige competência - disse Ozires, avaliando que, devido à velocidade das transformações globais e a conhecida falta de agilidade governamental, deveria haver mais liberdade para ensinar as competências que o mundo cada vez mais vai exigir.
O português Luís Filipe Reis, diretor corporativo do grupo Sonae, lembrou que na Finlândia, dona de um dos sistemas de ensino mais consagrados no mundo, nos primeiros anos as crianças não aprendem o básico como ler e escrever ou matemática.
- Primeiro aprendem a ser curiosas. Isso traz a vontade de aprender.
Para o educador financeiro Gustavo Cerbasi, a inclusão do tema na grade curricular nas escolas é positiva para que as crianças possam entender o valor das coisas e a necessidade de planejamento ao longo da vida, mas os resultados só aparecerão com a reaproximação das famílias com a escola.
- Nas cidades pequenas que têm bom IDH há proximidade das famílias com as escolas. São lugares onde não é transferido apenas para a escola o papel de educar. Quem educa as crianças é a família e a sociedade.
Ensinar educação financeira nas escolas, avalia Cerbasi, também requer muito mais do que material didático.
- É preciso que a criança se divirta com o aprendizado. Ver como funciona e depois entender como aquilo funciona. Despertar a curiosidade é fundamental - prega Cerbasi.