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Convencido de que a banda larga brasileira é cara, lenta e para poucos, o governo já traçou metas para reverter esse cenário. Só este ano, pretende investir R$ 500 milhões para levar internet mais rápida e barata a 1.163 municípios.
Considerado um dos programas mais estratégicos do governo Dilma Rousseff, citado no seu primeiro pronunciamento à Nação na última quinta-feira, o Plano Nacional de Banda Larga está a cargo do gaúcho Cezar Alvarez, economista, ex-assessor especial do presidente Lula e hoje número 2 do Ministério das Comunicações.
Nos próximos quatro anos, Alvarez tem o desafio de popularizar o acesso à internet em um país no qual 2 milhões de pessoas ainda vivem sem energia elétrica. Comprando briga com gigantes do mercado, Alvarez quer aumentar a concorrência e, em consequência, reduzir preços, vendendo acesso às cobiçadas redes da Telebrás.
- Nós estamos trabalhando para oferecer rede no atacado. Isso vai dar aos pequenos provedores acesso às grandes redes e democratizar o mercado - garante Alvarez.
Para isso, o governo já definiu um teto de preço. As operadoras de telecomunicações pagarão à estatal R$ 250 por 2 Mbps (megabits por segundo) e terão de vender ao consumidor o plano comum por R$ 35, com velocidade entre 512 kbps (quilobites por segundo). Atualmente, o valor pago no Brasil é cinco vezes mais alto do que no Japão e 2,7 vezes maior do que na Rússia.
Gaúcho de Santana do Livramento, aos 56 anos, Alvarez chegou a Brasília com a equipe de transição de Lula, em 2002. No currículo, um histórico de cargos importantes nas gestões de Olívio Dutra e Tarso Genro na prefeitura de Porto Alegre. Não é ministro, mas é um dos poucos a privar da intimidade do ex-presidente Lula e sempre recebeu missões especiais do amigo.
Na Esplanada, Alvarez foi o número 2 na Secretaria-Geral de Governo, logo abaixo do então ministro Luiz Dulci. Não tardou a ser guindado ao gabinete presidencial, onde foi incumbido de gerenciar o Programa Cidadão Conectado - Computador para Todos. Hoje, comanda um orçamento de R$ 3,2 bilhões e tem a incumbência de, em quatro anos, levar internet barata e de qualidade a 83% da população brasileira.
- Quando comecei, nem sabia o que era um disco rígido - diverte-se o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, lembrando os tempos de analfabetismo digital.
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