
A mulher grávida agredida por um policial militar em São Leopoldo, no Vale do Sinos, afirma que o atrito com o brigadiano se iniciou quando ela trancava um portão.
O caso aconteceu na quinta-feira (20), no bairro São Miguel. A mulher agredida, de 21 anos, que não quis se identificar, conta que estava na casa da avó quando recebeu um pedido para trancar o portão da casa da tia, que mora na mesma rua e estava no trabalho.
— Eu vi os policiais na frente da casa da minha tia e ela sempre orienta a fechar o portão, porque às vezes ele não tranca direito e a rua é muito movimentada. Eu tranquei o portão, porque os policiais estavam entrando no pátio e o brigadiano perguntou se a casa era minha. Eu disse que não, e ele me mandou “tomar lá longe” — afirma.
Ela relata que questionou o comportamento do policial e começou a filmar a discussão com o celular. Neste momento, o brigadiano teria ido até a viatura para pegar o cassetete utilizado na agressão (veja o vídeo abaixo).
A mulher, grávida de oito meses, sofreu ferimentos na região do quadril e recebeu atendimento médico em um posto de saúde. Segundo avaliação, a gravidez não corre risco.
Veja vídeo da agressão
A gestante diz que os policiais estariam em busca de um primo dela e que a abordagem foi encerrada em seguida. Ninguém foi preso no local.
No dia seguinte, a mulher registrou boletim de ocorrência online e foi orientada a aguardar cerca de sete dias para análise do caso (procedimento padrão da Polícia Civil).
A mulher agredida afirma que a polícia militar tentou contatá-la, mas que se recusou a conversar pois só pretende se pronunciar à Justiça. Perguntada sobre o motivo de não ter feito o boletim de ocorrência no dia da agressão, ela respondeu que estava nervosa e com medo.
O 25º Batalhão de Polícia Militar (25º BPM), responsável por São Leopoldo, confirmou que tentou ouvir a vítima. Segundo a corporação, o caso é investigado pela Corregedoria da Brigada Militar e o PM envolvido foi afastado por 30 dias, prazo em que as investigações devem ser concluídas.
"A Brigada Militar destaca que não compactua com desvios de conduta de seus integrantes e reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos e garantias fundamentais, atuando diuturnamente em defesa da sociedade", afirmou o 25º BPM em nota divulgada no dia do acontecimento.
Produção: Gabriel Dias