Você já perdoou uma traição? Ou jamais perdoaria? Convidamos duas leitoras com opiniões diferentes sobre o tema para compartilhar suas experiências na seção Donna das Minhas Escolhas. Elas contam como suas decisões mudaram suas vidas e suas formas de encarar relacionamentos amorosos.
Confira:
Ela não perdoou: “A grande questão foi a mentira”
Nos separamos após 11 anos de relacionamento, quatro de casados, mas só descobri a traição depois que ele saiu de casa e foi o que fez com que eu não quisesse retomar a relação. Ele insistia em voltar, mesmo já mantendo um relacionamento com outra mulher, dizia que só estava com ela porque eu não queria voltar.
Antes da separação, vivemos um período de crise, ele estava com um comportamento estranho, não conseguia dormir, acordava chorando no meio da noite, dizia que jamais iria me trair, que só estava confuso, em crise existencial. Mas a situação ficou tão insustentável que decidi me separar, e minha mãe sempre dizendo que tinha alguma coisa a mais nessa história. Fui atrás e consegui uma fatura do celular dele, vi um número que aparecia com uma frequência maior e cheguei no nome de uma mulher. Essa foi a primeira de muitas outras traições que descobri depois. Ele nunca admitiu, mesmo sendo visto com ela, que hoje é a mãe do filho dele.
Foi uma sensação devastadora, porque é alguém que você acha que conhece e aí percebe que está há 11 anos com uma pessoa e não sabe absolutamente nada.
Foi importante ter descoberto a traição, porque talvez eu tivesse dado mais uma chance. Na época, não conseguia entender por que ele fez aquilo comigo, mas hoje, olhando para trás, percebo que a gente tinha um relacionamento muito infantil, não tinha como levar adiante.
A questão central não é a pessoa com quem você está se envolver com outra, o problema foi a quebra de confiança, por isso não perdoei
Não sinto mais mágoas, até já falei para ele, e, se não tivesse acontecido tudo isso, eu não teria aberto uma infinidade de possibilidades para a minha vida, não teria vivido tudo o que vivi depois dele e que foi fantástico. Também aprendi a ver uma nova perspectiva de relacionamento. Hoje, a questão central não é a pessoa com quem você está se envolver com outra, o problema foi a quebra de confiança, por isso não perdoei. Todo mundo pode se encantar por outra pessoa, a grande questão foi a mentira.
Professora de ioga, 35 anos
Ela perdoou: “Todos estamos sujeitos a errar”
Começamos a namorar em janeiro de 2018 e estamos juntos até hoje. Descobri a traição no final do primeiro ano de relacionamento e, na época, foi uma situação muito humilhante para mim. Ele foi com amigos em um lugar que costumávamos frequentar juntos, mas onde não pude ir naquele dia. Lá, exagerou no álcool e se aproximou de uma menina, começou a conversar e acabou dando um "selinho" nela. Chegou a dizer que não tinha namorada.
Fiquei sabendo disso por uma amiga e o questionei, mas ele não queria contar detalhes, foi só depois de muita insistência que assumiu. Claro, ele podia ter feito mais, mas só essa "pouca coisa" foi o suficiente para me deixar muito mal, pois confiava nele.
Não que a traição não tenha tido um impacto, mas a forma como a segunda chance foi aproveitada fez a diferença
Hoje consigo falar tranquilamente sobre esse episódio, já foi superado, mas na época me sentia envergonhada, até por ter decidido perdoá-lo. Minhas amigas falavam para eu terminar, as pessoas me julgavam, mas sabia que tinha tomado a atitude certa, por mais difícil que fosse. Tive que deixar o meu ego, que foi muito ferido com essa traição, de lado, e ouvir mais o sentimento. Apesar de tudo, ainda gostava dele, e ambos sabíamos que o que ele tinha feito era muito errado. Mas aconteceu, todos estamos sujeitos a errar.
Essas coisas fogem do nosso controle e a gente não pode simplesmente ficar se culpando depois, o que importa é como vai ser daqui para a frente. Não que a traição não tenha tido um impacto, mas a forma como a segunda chance foi aproveitada fez toda a diferença.
Se pudesse, claro, escolheria não ter passado por isso, mas talvez precisasse ter acontecido naquele momento para mudar várias coisas na nossa vida, tanto como casal quanto individualmente. E foi uma decisão minha. Eu escolhi perdoar, eu escolhi seguir o relacionamento, então não adianta jogar isso na cara dele para sempre.
Estudante, 24 anos
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