Somos 10 amigas do colégio, um grupo que atravessou todas as etapas de formação – passamos juntas pelos primeiros namoros, dores de cotovelo, viagens, vestibular, casamentos, filhos, separações, crises profissionais, perda dos pais e agora começam a chegar os netos. A gente se conhece profundamente, o que não significa que pensemos da mesma forma ou que levemos uma vida parecida, ao contrário, as estradas se bifurcaram. A Alice mora nos Estados Unidos, a Karin é professora do Estado, a Ana está quase se formando em Nutrição voltou para a faculdade depois que se aposentou. Este é o ano em que todas completam 60, e, para celebrar, havíamos combinado, com bastante antecedência, de alugarmos uma casa por uns dias a fim de recordar a época em que pegávamos a estrada, tocávamos violão na praia, dormíamos em barracos de pescadores – jovens do exército do surfe, como cantava a trupe do Asdrúbal.
Para elas
A gente se conhece profundamente, o que não significa que pensemos da mesma forma
Éramos crianças entrando na adolescência. Não havia papo cabeça, ninguém sabia o que seria quando crescesse, era só intuição, farra e amor, como toda amizade que brota sem interesse
Martha Medeiros
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