Um dos maiores nomes da nova geração do pagode brasileiro, Dilsinho voltou a se apresentar no Planeta Atlântida neste sábado (1°). O cantor carioca fez um show que cativou o público com hits e muito carisma.
Ele subiu ao Palco Planeta, às 19h, vestindo uma camiseta do disco In Utero, do Nirvana. A escolha do look referenciava o hit Diferentão, que abriu o show: “Apareci no meio do pagode/ E ninguém entendeu nada/ Camisa do Nirvana, tênis velho/ E uma calça jeans rasgada”. É possível pensar que essa música possa dialogar com Primeiro Baile, do Musical JM (“Meus amigos que são pagodeiros e tão aqui dançando bandinha”).
Apesar da camiseta de banda grunge — ainda que uma coisa não impeça a outra — ele reafirmou sua vocação para o pagode na segunda música: Sou Pagodeiro. Trata-se de uma versão de Dilsinho para Love Yourself, composição de Ed Sheeran que foi sucesso na voz de Justin Bieber.
“Você só quer like, curtida e coração/ Me ama online, mas offline não/ Quer mudar meu jeito de ser/ Eu não sou cara gourmet”, ele lamenta na faixa. E conclui: “Foi mal, mozão/ Você não pegou a visão/ Se você me quiser, vai ser assim/ Porque eu sou pagodeiro/ E tu não é”.
Dilsinho apresentou um repertório que ora acendia a chama de casais apaixonados (alguns dançavam juntos ou apertavam o abraço nesses momentos), ora cutucava a sofrência dos planetários desiludidos (a reportagem presenciou até segurança se emocionando com o show).
No repertório apresentado, houve espaço até para falar de amor proibido com Refém: “E as loucuras dentro do cinema/ Aquela linda cena que a gente viveu/ E num quarto de motel barato/ O espelho enfumaçado e um recado seu/ Uma paixão de contos literários/ Você é a Julieta e eu, o seu Romeu/ Amor proibido, em sigilo, que faz bem”. Espera-se que o final dos pombinhos não seja igual ao da obra de William Shakespeare.
Quando foi a vez de Duas, Dilsinho pegou um violão e convocou os planetários a acenderem a lanterna do celular. Na sequência, desejou tudo de bom para os gaúchos:
— Depois de tudo que a galera do Sul viveu, a gente precisa mentalizar. Desejo muita paz e dinheiro no bolso para vocês.
Em Sogra, ele provocou:
— Tem alguma solteira aqui? A partir de agora está liberado chamar minha mãe de sogra.
Aliás, a faixa relata uma experiência curiosa: “O nome da sua mãe é difícil demais, eu não consigo lembrar/ Eu vou chamar ela de sogra, ai, ai/ Assim, eu lembro toda hora, ai, ai/ Pra ela, também vai ser bom que vive esquecendo/ Quando eu chamar ela de sogra, ela responde, ‘oi genro!’”.
Ao final da música, Dilsinho voltou a atiçar a plateia:
— Quem vai comigo conhecer minha mãe depois do show?
Em alguns hits, Dilsinho iniciava a música e a plateia continuava, como foi em Péssimo Negócio, com versos que lamentam: “Conhece alguém que jogou fora um diamante?/ Loucura, né? Mas eu joguei/ Quem já trocou um grande amor por um instante?/ Burrice, né? Mas eu troquei”. Pelo que se ouviu dos planetários, a letra não parecia descrever uma experiência individual.
Houve até espaço para cover pagodeiro de Dias Atrás, da banda de hardcore CPM 22, e Olha O Que o Amor Me Faz, de Sandy e Junior. Dilsinho, de fato, comprovou que é diferentão.