Travis Scott está livre da responsabilidade criminal pelas 10 mortes que ocorreram durante um tumulto em seu show Astroworld, no Texas, Estados Unidos, em 2021. Além do rapper, outros organizadores do evento também não vão responder criminalmente, conforme decisão divulgada nesta quinta-feira (29).
"Neste caso, o grande júri determinou que não ocorreu nenhum crime, que nenhum indivíduo foi criminalmente responsável" disse a promotora distrital Kim Ogg, em declaração divulgada por seu gabinete.
"É trágico que 10 pessoas inocentes tenham morrido tentando desfrutar de uma noite de música e diversão. Mas uma tragédia nem sempre é um crime e uma morte nem sempre é um homicídio", ressaltou.
Cerca de 50 mil pessoas estavam reunidas no NRG Park de Houston quando a multidão começou a se mover em direção ao palco no início da apresentação de Scott, o que resultou em um tumulto com 10 mortes e mais de 2,4 mil feridos, conforme a Reuters. Alguns fãs sofreram ataques cardíacos e outros traumas médicos, informaram as autoridades na época.
Desde então, vários processos foram movidos contra Scott e contra os organizadores do show, acusando-os de negligência no planejamento do evento. Os principais argumentos são de que o espaço estava superlotado e que Scott não interrompeu a apresentação ao ver a confusão.
O porta-voz de Scott, Ted Anastasiou, disse à rede de TV CNN nesta quinta-feira que o artista havia sido acusado imprecisa e injustamente de um crime, apesar de ter interrompido seu show três vezes, sem saber o que ocorria abaixo do palco. O advogado de Scott, Kent Schaffer, declarou à mesma emissora que, "criminalmente falando", não existe um caso contra o seu cliente, que cumpre compromissos fora do país e já foi comunicado.
— Um grande peso foi tirado dos seus ombros — falou Schaffer.
Ainda que não enfrentem acusações criminais, Scott e as empresas Live Nation e ScoreMore lidam com inúmeros processos civis por morte, lesões pessoais e negligência, que podem chegar a bilhões de dólares em indenizações.