O que um rapper gaúcho, um cantautor uruguaio, uma banda de rock de Goiânia e um quarteto colombiano de cumbia psicodélica têm em comum? Todos eles se encontram no El Mapa de Todos, festival que chega nesta terça-feira a sua sétima edição sob o signo da diversidade. Entre esta terça e quinta, o Theatro São Pedro, em Porto Alegre, transforma-se em uma espécie de consulado extraoficial da América Latina. Pelo seu palco, estão programados para passar Daniel Drexler (Uruguai), Boogarins (Brasil/GO), Romperayo (Colômbia), Yangos (Brasil/RS), Carmen Correa (Brasil/RS), Zudizilla (Brasil/RS) e Franciso, El Hombre (México/Brasil), estabelecendo a edição de 2017 como uma das mais abrangentes.
– Quando o El Mapa começou, o nosso nível de conhecimento e de inserção no mercado era menor do que hoje – comenta Fernando Rosa, criador e diretor artístico do festival – Com o tempo, fomos acompanhando mais de perto as diversas cenas locais, o que nos possibilitou evoluir para um formato mais aberto. Esta edição é meio balizadora do que queremos daqui por diante.
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Nesse ínterim, a própria música latino-americana tornou-se mais acessível. Se quando o El Mapa começou era preciso cavoucar fundo para encontrar algo além dos consolidados rock argentino e uruguaio, hoje há uma profusão de ritmos e gêneros provenientes dos quatro cantos do continente. Fernando acredita que parte dessa onda que vem tomando corpo ao longo dos últimos anos se deve ao cenário forte de países como Colômbia e Peru:
– A música colombiana, por exemplo, vem desenvolvendo um formato que lembra o que o Chico Science fez por aqui nos anos 1990, que é afundar o pé nas próprias raízes mirando o futuro. Isso facilitou a circulação dessa produção pela América Latina.
Catalisador do cenário latino-americano, o El Mapa foi responsável, ao longo dos anos, por jogar luz em atrações que, depois dele, cresceram para outros públicos – caso do Bomba Estéreo, que tocou na edição de 2014 e este ano virou atração do Lollapalooza no Chile. Uma porta que acaba abrindo para dois lados: segundo Fernando, artistas gaúchos independentes como Apanhador Só e Ian Ramil passaram a circular pela América Latina muito por causa de suas participações no evento.
– Os principais produtores latinos têm o festival como referência nesse processo de integração musical – ressalta o diretor – Construímos uma respeitabilidade pelo nosso line-up, que sempre se manteve coerente com a proposta e nunca pegou carona no hype.
A mudança para esta edição, segundo Fernando, é a divisão dos artistas. Para evitar a dispersão de público, o El Mapa tentou juntar atrações que podem agradar a um mesmo tipo de paladar musical:
– Não é exatamente uma segmentação, mas uma separação por perfil. O público do Franciso, El Hombre é um, o do Daniel Drexler, outro.
EL MAPA DE TODOS 2017
De terça a quinta-feira, a partir das 20h30min. Classificação: 14 anos.
Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/n). Fone: (51) 3227-5300
Ingressos: R$ 60 (plateia), R$ 40 (camarotes) e R$ 20 (galerias). Desconto de 50% para estudantes, idosos e público em geral mediante a doação de 1kg de alimento não perecível, livro ou brinquedo (as doações devem ser entregues na bilheteria do Theatro São Pedro, no momento da compra do ingresso. Pela Internet, é preciso levar no dia do show). Pontos de venda: na bilheteria no Theatro São Pedro e pelo site maisshows.com.
PROGRAMAÇÃO
TERÇA
21h - Yangos
22h - Francisco, el Hombre
QUARTA
21h - Carmen Correa
22h - Daniel Drexler
QUINTA
20h - Zudizilla
21h - Romperayo
22h - Boogarins