Cary Joji Fukunaga, diretor do novo filme da franquia 007, criticou o James Bond original vivido por Sean Connery (1930-2020) nos primeiros longas da saga. Em entrevista ao The Hollywood Reporter, o cineasta considerou problemática uma cena do personagem, avaliando que ele "basicamente estupra uma mulher".
— É em 007 Contra a Chantagem Atômica (1965) ou 007 Contra Goldfinger (1964) que, tipo, o personagem de Sean Connery basicamente estupra uma mulher? Ela fica tipo: "Não, não, não". E ele: "Sim, sim, sim". Isso não funcionaria hoje — avaliou Fukunaga.
A cena citada pelo cineasta foi vista em 007 Contra a Chantagem Atômica (1965). Na sequência, o James Bond de Sean Connery tem informações que poderiam causar a demissão de uma enfermeira, vivida por Molly Peters. O personagem, então, insinua que deseja manter relações sexuais com ela em troca do silêncio, e aparece investindo contra a mulher, mesmo após negativas.
Fukunaga assina Sem Tempo Para Morrer, filme que marcará a despedida de Daniel Craig como James Bond, papel que interpreta desde 2006. O longa vem sendo descrito pela equipe como o "007 mais atento às questões de gênero" e deve trazer a atriz Lashana Lynch como herdeira da função de espiã 007.
Também ao The Hollywood Reporter, a produtora Barbara Broccoli falou sobre a atualização do personagem para o momento atual:
— Bond é um personagem escrito em 1952 e o primeiro filme (007 Contra o Satânico Dr. No) foi lançado em 1962. Ele tem uma longa história, e a história do passado é muito diferente de como ele é retratado agora.
A estreia do novo filme está marcada para 30 de setembro.