
Em 2020, a Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS) completaria cem anos. Ela foi extinta em 1959, há quatro décadas, quando foi encampada pela Rede Ferroviária Federal S.A (RFFSA).
A pesquisadora e professora Marluza Harres, em seu livro Ferroviários: disciplinarização e trabalho - a VFRGS, recentemente lançado pela editora Oikos, aprofunda diversas questões sobre o assunto. Da fundação da VFRGS, em 1920, até 1942, o Estado assumiu a condução da empresa. Neste período, o governo foi, ao mesmo tempo, o empregador e o responsável pela proteção social dos trabalhadores da companhia. O olhar minucioso da pesquisadora sobre as fontes históricas revela diversas particularidades, especialmente, da vida dos servidores da VFRGS.
No início do século 20, o setor de transportes emergia como uma das dificuldades centrais para o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul, uma vez que seus problemas afetavam uma grande quantidade de negócios. Devido a sua importância para a economia estadual e ao seu caráter fronteiriço, as ferrovias se transformaram em elemento estratégico na prática política do governo republicano gaúcho, após sua estatização. Aos poucos, elas constituíram um sistema de transporte por excelência aqui no Estado, sendo complementado pelo transporte fluvial.

Em 1920, as linhas férreas entregues ao governo estadual perfaziam 2.328 km de extensão e contavam com 166 estações para atendimento ao público. Dessa forma, a Viação Férrea, interligando os principais centros econômicos do Estado, representava importante fator de integração e desenvolvimento.
Colaborou Erny Mugge
