
O túmulo de Padre Reus atrai fiéis durante o ano todo em São Leopoldo, no Vale do Sinos. A Sexta-feira Santa é o dia de maior movimentação no Santuário do Sagrado Coração de Jesus. Desde a madrugada, chegam moradores de várias cidades para agradecer pelas graças alcançadas. Muitos caminham por horas para pagar promessas.
Quando morreu, em 21 de julho de 1947, João Batista Reus já era considerado santidade. Imediatamente, o túmulo no cemitério dos padres jesuítas virou ponto de visitação. Padre Reus começou a ser invocado, especialmente em busca de cura para problemas de saúde.
A fama de milagreiro se espalhou em pouco tempo. Nos jornais de Porto Alegre, passaram a ser frequentes as notas de agradecimento pelas graças atendidas. As publicações aumentaram o número de romeiros na década de 1950.
A Revista do Globo publicou, em 1960, reportagens em três edições sobre "o homem que abalou um Estado". Em muitos lares, já estavam estátuas do padre. Em São Leopoldo, os jesuítas recebiam muitas cartas, inclusive de outros países.

O padre milagreiro era alemão, Johann Baptist Reus, nascido em 10 de julho de 1868 na cidade bávara de Pottenstein. Em família de onze filhos, ele e uma irmã seguiram a vida religiosa. Depois de cumprir o serviço militar, seguiu para o seminário. Em 1894, ingressou na Companhia de Jesus, na Holanda.
Padre Reus viajou ao Brasil em 1900. Os primeiros onze anos foram dedicados ao trabalho apostólico em Rio Grande. Ele trabalhou no Colégio Anchieta, em Porto Alegre, antes de partir para São Leopoldo, em 1913. Na cidade do Vale do Sinos, foi pároco, capelão do Colégio São José e professor de teologia no Colégio Cristo Rei.
Em 1912, Padre Reus recebeu estigmas que, mesmo invisíveis, eram extremamente dolorosas. Depois de décadas enfrentando uma série de problemas de saúde, o religioso morreu aos 79 anos.
Ele escrevia muito e deixou cinco volumes de diário e autobiografia. O jesuíta descrevia e desenhava suas visões místicas, como a Santíssima Trindade, Nossa Senhora, santos e anjos.

Em 15 de maio de 1957, o corpo foi exumado para o processo de beatificação. Em procissão, levaram o caixão ao Colégio Cristo Rei. Reinava grande expectativa para saber como estava o interior. Aberto o caixão, nada anormal, só os ossos, como qualquer outro homem.

O processo de beatificação está em tramitação no Vaticano desde 1958. Em 1970, o Santuário do Sagrado Coração de Jesus foi inaugurado junto ao túmulo do religioso. Antes da Igreja Católica, os fiéis reconheceram o "santo de São Leopoldo".