De uns tempos para cá, passei a notar o aprofundamento de uma distorção perversa na relação entre os jovens e os mais maduros. Outro dia, assistindo a uma palestra em Porto Alegre, ouvi o guru de plantão vociferar no palco: “Nós, os grisalhos, precisamos, com urgência, aprender sobre tecnologia e inovação para podermos nos comunicar com os nossos netos”. Muita gente na plateia acenou com a cabeça, em sinal de concordância. Foi uma frase de efeito, mas profundamente infeliz e equivocada. Uma falsa certeza permeia as nossas interações sociais: os setentões, os oitentões e os noventões, de certa forma, ficaram para trás. Balela. Quando se interrompe o fluxo da conversa, do afeto e da aprendizagem entre as gerações, todos ficam para trás. Todos perdem.
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Opinião
Nós, os grisalhos
Defendo, convictamente, que as transformações das pessoas determinadas pelo tempo deveriam ser ensinadas nas escolas
Tulio Milman
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