A jornalista Juliana Bublitz colabora com o colunista Tulio Milman, titular deste espaço
Onde antes havia um terreno baldio, hoje brotam pés de alface, rúcula, repolho, beterraba, milho, aipim - e até videiras e mudas de figo. De encher os olhos, a horta comunitária semeada em uma praça no bairro Ouro Verde, em Bento Gonçalves, na Serra, é mais do que um oásis verde na zona urbana.
Desde agosto, o local passou a reforçar a alimentação de cerca de 200 famílias de baixa renda e a beneficiar entidades sociais do município.
Tendência em cidades de médio e grande porte mundo afora, a ideia partiu de Clóvis Prates, coordenador da Praça CEU (sigla para Centro de Artes e Esportes Unificados), inaugurada em 2018 pela prefeitura. De imediato, a proposta foi abraçada pela gestão municipal e pelos moradores próximos.
Prates conta que, em abril, vizinhos entraram na área com maquinário para preparar a terra. Servidores doaram insumos e, da administração local, vieram sementes e suporte técnico. Em três meses, a área de 20 metros de largura por 30 de comprimento se transformou.
- O resultado é sensacional. As pessoas gostaram, estão valorizando e ajudando a cuidar das plantas. E o melhor de tudo isso é que estamos fazendo a diferença na vida de quem mais precisa, em um momento difícil - diz Prates.
As famílias auxiliadas integram o Cadastro Único (registro federal que serve de base a programas como o Bolsa Família) e frequentam o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Muitas delas recebem cestas básicas do município e, agora, também levam para casa sacolas cheias de legumes e verduras da estação. Está dando tão certo que o prefeito de Bento, Diogo Siqueira, avalia a possibilidade de expandir o projeto.
- É uma iniciativa que uniu a comunidade e o poder público - resume Siqueira.